Atualmente existem várias grandes tendências que moldam o futuro do setor bancário. Jeroen Bel, fundador da Fincog — empresa de consultoria estratégica especializada em fintech — inicia discussão trazendo as 6 principais tendências que estão moldando o futuro do setor bancário:
Mudança de comportamento do cliente: expectativas mais altas, menor lealdade, mais sensível ao preço, nativos digitais, exigindo serviços sob demanda, menor confiança.
Avanços Tecnológicos: Ritmo rápido de inovações tecnológicas, ascensão do Open Banking e aumento do uso de dados.
Nova competição: aumento da competição de bancos desafiadores, Fintechs e Bigtechs, visando segmentos específicos de clientes.
Maior regulamentação: crescente complexidade regulatória, maior foco sobre a conduta empresarial, supervisão mais rígida e multas elevadas por reguladores.
Mercado Estagnado: Baixas taxas de juros, altos níveis de penetração, tudo colocando pressão sobre as margens e maior foco na eficiência.
Envelhecimento da População: as pessoas estão cada vez mais envelhecendo, especialmente a população do Ocidente, enquanto a geração mais jovem da Ásia e da América Latina está crescendo.
Segundo Bel, nos últimos anos foi possível notar um aumento constante dos challenger banks dentro do ramo de fintechs. Também conhecidos por neobanks, essas instituições financeiras surgiram em muitas partes do mundo e ganharam muita força, principalmente entre os consumidores no mercado emergente.
Exemplos de neobanks
Neobanks não possuem agências, funcionam apenas online e são predominantes na Europa, América Latina, Ásia. As regulamentações do Open Banking na Europa tem impulsionado neobanks, ocasinado em uma penetração em alguns países.
Segundo pesquisa Kantar “Futute finance” de 2019, apresentada por Bel, os três maiores países com penetração de neobanks são China (93%), Índia (50%) e Brasil (32%).
Diferente de bancos digitais, neobanks são instituições financeiras que nascem 100% digitais, sem uma rede de agências e outras estruturas mais tradicionais. Geralmente elas proporcionam maior conveniência e experiências online superiores aos seus clientes.
Outro ponto relevante é a chegada da pandemia. Esta fez com que o número de pessoas buscando agências físicas diminuísse, posicionando neobanks na captura por consumidores que desejam uma experiência completamente móvel e digital.
Neobanks rapidamente conquistaram sua posição no mercado, oferecendo soluções modernas, de baixo custo e atendendo a segmentos mal atendidos.
Dentre seus diferenciais podemos incluir:
MAIOR EXPERIÊNCIA DO CLIENTE — Melhor atendimento ao cliente com soluções simples e proposições personalizadas, disponíveis a qualquer hora e lugar.
EFICIÊNCIA OPERACIONAL AUMENTADA — Uso da digitalização em processos para reduzir ou substituir o trabalho manual e acelerar os tempos de processamento.
FOMENTO DA INCLUSÃO FINANCEIRA — Permitindo um melhor acesso a serviços financeiros e atendendo melhor aos segmentos mal atendidos, com menor soluções de custo e mais personalizadas.
A primeira onda de neobanks foi liderada por players do Reino Unido e dos EUA. Eles cresceram rapidamente em grande escala, alguns com mais de 10-15 milhões de usuários e avaliações de bilhões de dólares. Porém, Bel indica que eles ainda estão lutando com seu modelo de negócios e tem sofrido algumas perdas.
O que temos a partir daí é uma nova onda de neobanks: mais lucrativos e sustentáveis com foco em nichos selecionados. Como exemplos Bel cita o Rebanking e Papara. O primeiro fornece serviços de câmbio para consumidores argentinos, tendo atingido mais de 500 mil clientes em 1 ano.
Já o Papara fornece serviços de pagamento para a população carente de bancos na Turquia, com mais de 4,5 milhões de clientes, sendo lucrativa desde o primeiro ano.
O Open Banking dentro do contexto de neobanks
Open Banking está surgindo agora em todo o mundo, impulsionado por regulamentações e iniciativas de mercado. Esse sistema permite uma grande variedade de novas oportunidades para os neobanks de aproveitar informações de contas de terceiros e iniciar transações.
Isso permite que estas instituições melhorem ainda mais a experiência bancária e estejam no mesmo nível que os operadores históricos. Para Bel agora é a hora de aproveitar as oportunidades.
Acompanhe a palestra de Jeroen Bel, fundador da Fincog, e confira todos os cases de neobanks apresentados!
Este artigo foi escrito por Jeroen de Bel e publicado originalmente em Prensa.li.