O Open Banking chega ao Brasil com a proposta de atingir diversas modalidades do setor financeiro. Empresas de crédito encontram no sistema a oportunidade de expandir seus negócios, conquistar clientes e fornecer produtos especializados.
Com o Open Finance, a possibilidade de averiguar com mais precisão o histórico bancário do possível cliente se torna uma tarefa simples e rápida. Desta forma, o mercado de bureaus de crédito apresenta um grande impacto para o setor.
Bureaus de crédito são relatórios que possuem informações relacionadas ao crédito, como históricos de inadimplência, porcentagem de pagamentos, entre outros. Eles prestam serviços a empresas na medida em que compartilham os reais níveis de risco.
Os birôs servem como grandes bancos de dados. As instituições financeiras os consultam antes de ofertar crédito para um possível cliente.
Ao saber que empresas de Bureaus de crédito possuem acesso a dados bancários e histórico de pagamentos, podemos entender a grande importância dessas organizações atreladas ao sistema Open Finance.
Desta forma, convidamos especialistas no assunto para conversarem sobre o Impacto do Open Finance nos Bureaus de Crédito.
O Open Finance nas grandes empresas de Bureaus de Crédito
As maiores organizações que disponibilizam as informações de crédito no país são: SPC Brasil, Serasa, Boa Vista e QUOD.
A QUOD é a empresa de birôs de crédito mais nova no mercado financeiro. A organização surgiu em 2017 com a mentalidade focada nas informações financeiras e cadastros de inadimplência.
A organização está entrando no mercado aos poucos e montando sua plataforma com o objetivo de oferecer soluções voltadas para inteligência do mercado de crédito.
Gustavo Marrone, Diretor Jurídico e regulatório da QUOD, relata que o surgimento do Open Banking foi visto com maus olhos por birôs de crédito, mas que a QUOD enxergou de forma diferente e positiva.
“Muito se discutiu se o Open Banking mataria os gestores de dados e birôs de crédito. Nós da QUOD enxergamos diferente, o Open Finance vai complementar o nosso trabalho” diz Gustavo.
As mudanças regulatórias que o Open Banking promoverá, fará com que o mercado financeiro de birôs de crédito e ofertas, se torne mais competitivo e atrativo para os clientes.
Para os Bureaus de crédito, o sistema facilitará a coleta de dados e os gestores receberão as informações de forma unanime.
Gustavo Marrone frisa a importância dos dados coletados. Para ele, o que irá diferenciar as empresas que possuem acesso as mesmas informações, é a forma que cada uma das organizações irá lidar com os dados, informações, históricos bancários, entre outros.
Uma das empresas mais antigas de birôs de crédito no país, é a SPC Brasil. Ela atua no mercado há mais de 60 anos, e é considerada a precursora e vanguardista do mercado.
A SPC Brasil tem como premissa ser o “elo de confiança entre as pessoas”, diz Magno Lima, Superintendente de tecnologia, dados e inovação da organização.
A formação deste elo entre pessoas, permite que as empresas que confiam na SPC, possam ofertar seus produtos com muito mais garantia e segurança para seus negócios.
De acordo com Magno, a organização dispôs de um tempo para visitar birôs de crédito no Reino Unido para estudar sobre o futuro e a a influência do Open Banking no mercado.
“São diversas informações que os birôs e instituições bancárias possuem, cadastro positivo, negativo e histórico bancário. Com o Open Finance essas informações serão melhores administradas”, diz Magno.
Com isso, a decisão de tomadas em relação as informações e dados será assertiva e a criação de produtos novos para o mercado se torna algo palpável. Além disso, as estruturas internas e tecnológicas das empresas de birôs de crédito sofrerão alterações para aportar uma grande quantidade de dados.
A organização Boa Vista é outra empresa de birô de crédito que se colocou no mercado como uma instituição de analytics e tecnologia. Ricardo Orlando, CTO da Boa Vista, diz que o Open Banking remete a uma situação recente de cadastro positivo.
“Se nós compararmos o cadastro positivo com o Open Banking, é possível enxergar diversas oportunidades. Esses dois sistemas me recordam a meritocracia”, diz Ricardo.
Quando pensamos no consumidor final, e associamos ele ao Open Finance ou ao cadastro positivo a economia se torna mais meritocrática.
Isto ocorre porque com a maior quantidade de informações dispostas, as instituições financeiras, que tem acesso a essas informações através de birôs de crédito, acabam por ofertar os melhores produtos para os melhores clientes.
“A Boa Vista que exercer o papel de cadastro positivo, ser um viabilizador, prestar um serviço para democratizar o acesso as informações”, diz Ricardo.
O Open Banking tornará o cenário financeiro mais competitivo. As empresas precisarão encontrar o grande diferencial para conquistar cliente e aproveitar a maior parte das informações fornecidas de crédito para atingir o mercado.
Para os birôs de crédito, é necessário enxergar o Open Finance de forma positiva. Visto que com este aporte, da maior quantidade de informações, pode ser relevante para a criação de tecnologias e sistemas mais simples e rápidos.
Quer saber mais sobre o Impacto do Open Finance nos Bureaus de Crédito?
Assista a painel com Ricardo Orlando, Gustavo Marrone, Magno Lima e moderação de Bruno Loiola.
Este artigo foi escrito por Bruno Loiola e publicado originalmente em Prensa.li.