Open Finance, Paulo Guedes e Juridiquês
Sabemos que o Presidente Bolsonaro não tem “papas na língua”, e isso também repercute nos seus ministros.
O Ministro Paulo Guedes fez uma declaração dizendo que havia 200 milhões de trouxas no Brasil, e, sinceramente? Eu concordo.
No vídeo acima linkado, podemos ver que Guedes fala uma verdade: existe um monopólio bancário, 6 maiores bancos/instituições financeiras, que formam, de certa maneira, um cartel, ditando os juros e corretagens do mercado brasileiro.
Devido a isto, muitos influenciadores, Youtubers, e economistas entraram no viés de apoiar o Open Finance. Vamos entender os efeitos disso.
Quem foram os pioneiros?
Nos últimos anos, um assunto que antes era exclusivo de um pequeno grupo passou a ser comentado por muito mais pessoas: a bolsa de valores, bem como as criptomoedas, ainda que o número de brasileiros endividados no país tenha batido recorde histórico em abril de 2021. Segundo um estudo da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), 46% da população teve a renda reduzida no ano de 2020, o que influenciou diretamente nesses índices.
É de suma importância relembrar que, na última década, o número de investidores aumentou em mais de 10x (mesmo tendo uma pandemia aí no meio). Foi um salto de cerca de 500 mil para mais de 5 milhões de investidores. Tudo isso, graças à educação financeira! Propagada por quem? Eles mesmos, os influencers (mas os de verdade tá? Não os que criam esquemas de pirâmides).
Educação pela Internet
A renda variável e o mercado de ações, que antes eram vistos por muitos como cassinos ou pirâmides, foram desmistificados através da educação. Infelizmente, ainda não temos uma matéria (oficial e obrigatória) sobre finanças nas escolas brasileiras, mas, a boa notícia, é que o MEC já está implementando projetos piloto e repensando o tema.
A maior notícia está em: grande parte dos investidores da Bolsa de Valores tem entre 26 e 35 anos, ou seja, o mercado que, antes, era de “engravatados e velhos”, passou a ser “comandado” por jovens de calça moletom (insira o Tiago Nigro aqui).
Em 2013, a porcentagem de investidores entre 25 e 39 anos era de 19% contra 56% de investidores com mais de 60 anos. Logo, em menos de 1 década, houve uma modificação nesses números: pessoas acima dos 56 anos representam apenas 13,5% da Bolsa nos dias de hoje.
O valor investido, porém, aumenta conforme a idade avança, segundo esses dados, e você pode ver isso clicando aqui.
Qual a relação com Open Finance?
Após a Declaração do Ministro da Economia, ficou visível o que fingíamos não ver: o monopólio financeiro. Nos últimos anos, diversas empresas surgiram tentando amenizar as discrepâncias, principalmente os bancos digitais, contudo, não fazem “cócegas” nos 6 grandalhões.
O Open Finance, portanto, é uma forma de ajudar as empresas menores e menos consolidadas, a ganhar novos clientes e apoiadores, principalmente as digitais. Com baixo custo e uma folha de pagamento enxuta, elas conseguem fornecer um serviço melhor cobrando menos taxas. O problema todo é: a falta de dados e de segurança.
Crimes, Cibercrimes, E Fraudes
Não é novidade que nos últimos tempos houve um aumento exponencial nos índices de crimes virtuais. O Brasil ficou em 2º lugar como o país que mais sofre Cibercrimes, um dado nada bom.
Consequentemente, uma grande quantidade, principalmente, de pessoas mais velhas, é relutante em experimentar essas novidades dos bancos digitais, e até mesmo a usar internet banking, quem dirá o Open Finance.
Esse sistema, que interliga os dados e informações pessoais com outras instituições pode ser bom e ruim.
Bom para aqueles que pagam em dia, pois terão mais crédito e mais vantagens; ruim para aqueles inadimplentes, pois, antes mesmo de ter seu nome no Serasa/SPC, todos os bancos já saberão de suas movimentações.
LGPD, dados, e privacidade…. sim, de novo
É um tópico recorrente meu aqui na Prensa, e penso que irá constantemente aparecer. O Open Finance veio para revolucionar, só que essa interligação de dados realmente quebra todo o sistema de privacidade. Aquele velho ditado: se quer praticidade, terá que abrir mão da privacidade.
E você? O que acha do Open Finance? Concorda com a Alegação do Ministro Paulo Guedes?
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Este artigo foi escrito por Maria Renata Gois e publicado originalmente em Prensa.li.