Os bancos virtuais não são tão seguros quanto parecem
Os bancos virtuais vieram para revolucionar a forma como as pessoas se relacionam com as instituições bancárias. Através desses aplicativos é possível fazer diversas transações financeiras sem precisar sair do conforto de casa. Mas, mesmo com toda a praticidade, esses aplicativos oferecem um risco enorme.
Aplicativos de internet banking, além de armazenar um rico banco de dados do usuário, permitem que transações com valores altíssimos sejam efetuadas com apenas um clique. Um criminoso ou alguém mal intencionado que tenha acesso a um aplicativo bancário de terceiro pode trazer um prejuízo de milhões à vítima. Acompanhe como isso pode ocorrer.
Conteúdo do artigo:
Sequestro relâmpago
Fraudes após roubos
Invasões remotas
Como se proteger
Sequestro relâmpago
Pouco após a criação das transferências via Pix, surgiu uma nova modalidade criminosa, a 'Quadrilha do Pix'. Segundo uma reportagem da BBC news, a incidência de sequestros-relâmpago disparou após a implementação do recurso de transferência bancária.
Criminosos efetuaram sequestros e mantiveram as vítimas em cárcere por tempo o suficiente para transferir quantias exorbitantes para contas bancárias em curtos períodos. Muitas vezes, as contas das vítimas eram limpas e empréstimos eram realizados em seu nome.
Para evitar isso, o Banco Central determinou que, por padrão, todos os bancos devem estipular um limite de transferências diárias e mensais, entretanto, esse limite pode ser alterado previamente pela vítima.
Fraudes após roubos
Roubos e furtos são um problema recorrente na realidade brasileira. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, cerca de 3,7 milhões de celulares foram roubados ou furtados no País. O que já era uma dor de cabeça para a vítima que perdia o bem material, se tornou um pesadelo ainda maior com o crescente índice de invasões a contas bancárias em celulares roubados.
Invasões a contas bancárias são comuns quando um celular desbloqueado é furtado. Com livre acesso pelo dispositivo, os criminosos podem explorar o celular em busca de senhas ou formas de obter acesso a aplicativos financeiros — seja através de recuperação de senha via SMS ou e-mail.
Quando conseguem acesso às contas bancárias, os criminosos podem livremente efetuar transferências e pedir empréstimos em nome da vítima. Segundo a polícia civil do estado de São Paulo, em média são desviados R$ 50 mil em golpes como esse, os valores vão desde valores menores abaixo dos R$ 2 mil a valores exorbitantes acima dos R$ 100 mil.
Invasões remotas
Não são apenas vítimas de roubos e furtos que têm as contas bancárias invadidas. Ataques hackers, sejam através de ransomwares ou phishing, também configuram um risco enorme para aplicativos financeiros.
Um malware plantado via link malicioso ou uma invasão efetuada através da engenharia social permite que os cibercriminosos consigam acesso a contas bancárias e outros dados da vítima. Uma vez que a invasão é feita, os criminosos limpam as contas bancárias remotamente, sem que seja necessário sequer ter contato direto com o usuário.
Em 2020 uma nova linha de malware, apelidada de Ghimob, foi responsável por invadir dispositivos móveis e realizar operações em aplicativos de bancos, fintechs, carteiras de criptomoedas e corretoras de valores. Segundo a Kaspersky Lab, empresa especializada em segurança digital, o vírus foi disseminado via phishing. Na ocasião, e-mails eram enviados com o aviso de que o usuário possuía dívidas e que deveriam clicar no link enviado.
Leia também: Como se preparar para um Ransomware
Como se proteger
Quando os crimes envolvendo Pix começaram a se popularizar, o Banco Central se viu obrigado a tomar medidas para fornecer uma maior segurança às pessoas. A principal medida foi a criação do limite de R$ 1000 em transferências Pix realizadas entre às 20h e 6h. Mas isso não foi suficiente para manter os aplicativos bancários à salvo dos criminosos.
Existem uma série de medidas que podem ser tomadas pelos usuários para evitar que suas contas bancárias caiam nas mãos de criminosos.
A primeira delas é manter em casa um celular reservado para aplicativos de banco. Segundo Diógenes Lucca, especialista em segurança pública, possuir um celular em casa destinado a operações bancárias reduz problemas caso seja vítima de um roubo ou furto fora de casa, já que o celular levado não terá aplicativos de banco cadastrados.
Caso seja necessário manter aplicativos de banco no celular principal, utilize o destravamento biométrico e o reconhecimento facial. A biometria muitas vezes é exigida em aplicativos de banco, pois caso o dispositivo seja roubado o criminoso terá dificuldades para desbloqueá-lo por não possuir as digitais da vítima. Entretanto, mesmo com o destravamento biométrico, os celulares ainda oferecem o desbloqueio através de senhas.
Gerenciar senhas de forma eficiente é essencial para manter seu dispositivo e dados protegidos. Utilizar softwares que geram senhas adequadas, evitar senhas fracas ou as enviar por mensagens de aplicativos como o Whatsapp previne que um criminoso consiga acessar os aplicativos.
Por fim, utilize um software anti roubo. Esses aplicativos oferecem diversos recursos que ajudam a proteger e recuperar o dispositivo caso seja roubado. Através desses softwares o usuário pode controlar seu celular remotamente através de um computador ou até mesmo outro celular, sendo possível apagar dados, bloquear o aparelho e até rastrear o telefone.
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Este artigo foi escrito por Gabriel Pereira e publicado originalmente em Prensa.li.