Os Jornais estão Morrendo ou renascendo como Fênix?
Que as bancas de jornais quase não existem mais, todos já sabem.
Só que, nem mais os sites estão funcionando como antes.
Em um estudo recente demonstrou que os EUA perderam mais de 360 jornais do final de 2019 até maio de 2022. Isso equivale a 2 jornais fechando TODA SEMANA! Ainda segundo o relatório trazido no estudo de 2006 até 2022, a receita anual dos jornais despencou em mais da metade, de US$ 50 bilhões para US$ 21 bilhões. Clique para ver a íntegra.
O problema maior é: nem um jornal digital foi feito para substituí-los !
Na maioria dos locais onde os jornais fecharam, não foi aberto um substituto impresso ou eletrônico, consequentemente, milhares de moradores estão sem jornais locais de notícias. 70 milhões de residentes da Bidenland sem um jornal de notícias locais.
Qual é o motivo?
Existem dois principais motivos por trás disso:
1- O aumento do custo do papel, que levou muitos jornais a custarem o dobro;
2- O desinteresse da população, um estudo demonstra que mais da metade dos brasileiros não querem receber artigos jornalísticos com frequência.
Quais são os efeitos?
O analista Flávio Morgenstern disserta no Ebook “Mito, Linguagem e Mídia” como os jornalistas, após 1ª Guerra Mundial, tornaram-se grandes fontes de autoridade, comparando-os até com os Sacerdotes. Para ele, os atuais jornalistas possuem a força de inferir nas ideias e na vida pessoal no indivíduo, por meio de suas reportagens e textos, algo antes feito pelos sacerdotes no geral. Dessa forma, com a falta de jornais locais e de divulgação de notícias, a desinformação assola essas comunidades, que ficam cada vez mais isoladas e sem voz.
E como ficam os jornalistas? Como vou receber minhas notícias?
Posto isso, os jornalistas precisaram se reinventar. Um novo modelo de mercado foi criado: as newsletters!
Há alguns anos dizia-se que os e-mails iriam “morrer”, contudo, parece que eles estão “se retratando.” As newsletters são envios de e-mails de formas rotineiras, funcionando como uma assinatura, que, a depender do jornalista, pode ser enviado diariamente, semanalmente, quinzenalmente, e quiçá mensalmente. E bem, existe muita gente de olho nessa “nova tecnologia”, inclusive o Facebook.
As Newsletters podem ser adquiridas em sites como PatchLabs, Patreon, Substack, em que se paga mensalmente uma assinatura para elas, ou, de forma gratuita- normalmente vinculado à algum produto.
Segundo a Beatriz Guarezi de 2018 até hoje:
O Substack recebeu um investimento de 15 milhões de dólares (2019);
O LinkedIn lançou uma feature de newsletters dentro da sua plataforma (2020);
A newsletter Morning Brew teve o seu valor avaliado em 75 milhões de dólares (2020);
A Forbes lançou a sua plataforma de newsletters, que vai permitir que jornalistas ganhem dinheiro com assinatura (2021)
O Twitter comprou a Revue, plataforma de newsletters, e cortou a taxa pela metade para incentivar criadores a monetizarem sua audiência por ali (2021)
A Hubspot comprou a newsletter The Hustle (ONTEM) E por fim, parece que o Facebook também está ~
criando~ a sua própria versão de uma plataforma de newsletters.
Já segundo o Observatório da Imprensa:
O fenômeno das newsletters como plataformas jornalísticas para a veiculação de notícias, reportagens e comentários alimenta-se da crise na imprensa provocada pela drástica queda no faturamento publicitário e no aumento dos custos operacionais para produzir jornais, revistas e programação audiovisual. Só nos Estados Unidos, o mercado de trabalho para profissionais em empresas jornalísticas encolheu 40% nos últimos 15 anos. Quase 80% dos repórteres e comentaristas esportivos nos Estados Unidos têm hoje sua própria newsletter porque o mercado de publicações do ramo é hoje apenas ¼ do que era na década de 90.
Diante de todas essas reformulações tecnológicas, o ponto basilar é: os leitores querem ter maior contato com os escritores, objetivando debater e comentar sobre os temas escritos.
Então, me segue aqui na Prensa e entra no meu canal do telegram. Assim, você vai poder ter contato direto com a fonte :)
Este artigo foi escrito por Maria Renata Gois e publicado originalmente em Prensa.li.