Os pernilongos extraterrestres
Outro dia o ufólogo caipira Zé e sua esposa Gleicelandina foram jantar na casa de seu companheiro e sócio Tonho. Era uma confraternização do GUCMBB - Grupo Ufológico dos Caipiras Mais Bonitos do Brasil.
Pernilongo é o que não faltava na casa do Tonho. Era de noitinha, a conversa corria solta e a “pernelongada” vinha de turma, de cardume mesmo. Viravam até cambota. E tudo tocando aquele violino. Era uma verdadeira orquestra sinfônica.
Tonho e sua esposa Clelilaine, que têm horror do bicho, já deixam um frasco de repelente de prontidão em cima da mesa. Ele e a sua mulher disputavam um campeonato de quem usava mais repelente.
Tinha tanto pernilongo que o Zé começou a ficar preocupado. Era até perigoso pegar dengue, zika, febre amarela e chikungunya tudo de uma vez só. Então ele disse:
— Tonho do céu, esse bando de pernilongo está quase arrastando a gente lá pra fora!!! Você tem que dar um jeito nisso, meu amigo. Olha só, os bicho estão até no copo da gente, bebendo nossa cerveja. Nunca vi uma coisa dessa! Como é que a gente faz? Tem pernilongo enorme aqui, grande pra burro, do tamanho de um helicóptero.
— Zé, grande mesmo é o revólver que dispara o trem bala. O problema desses pernilongos não é o tamanho, é que eles são inteligentes demais. Acho que são extraterrestres. Nunca vi nada igual. Para você ter uma ideia, eles são tão espertos que ontem eu liguei aparelhos de repelentes em todas as tomadas e não adiantou. Os danado foram lá fora e desligaram o relógio da energia elétrica...
Este artigo foi escrito por Sandro Mendes e publicado originalmente em Prensa.li.