Pavimentando o futuro
Joey Kyber - @jtkyber1 - via Unsplash
Desde que foi pensado e regulado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), o Open Insurance vem renovando um modelo burocrático e vagaroso que dominava o setor de seguros no país. . A Susep entendeu rapidamente as aplicações que a digitalização poderia ter para este mercado.
Estimulou um salto tecnológico da inovação, com o Sandbox e o SRO (securitização de ativos na Bolsa de Valores - B3), viabilizando a participação de empresas nascentes com foco em inovação e tecnologia. Para dizer o mínimo, estremeceu a zona de conforto em que se encontravam as grandes empresas líderes do mercado.
Um dos principais insights do Open Insurance é a criação do conceito do seguro voltado para o consumidor. Esse modelo possibilita que o segurado seja, de fato, o detentor das informações, reduzindo assim a assimetria da informação anteriormente observada. Dados estão, agora, no centro da arena da competição.
O acesso, por sua vez, se dá em duas vias: segurados e seguradoras têm conhecimento de informações de parte a parte – tudo amparado pela segurança determinada pela Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD.
O caminho, assim, está sendo pavimentado para que o consumidor seja beneficiado com um leque de produtos e serviços de proteção personalizados no formato que for mais conveniente para seu bolso e às suas necessidades, um desenho que prioriza total liberdade de escolha e múltiplas opções para cada item contratado.
E mais: o sistema aberto irá facilitar, e muito, a vida do consumidor no controle das próprias finanças, a partir da integração dos ecossistemas Open Banking e Open Insurance, resultando no Open Finance.
Os avanços não param por aí. Os aplicativos que estão sendo criados com a integração de dados e serviços estão possibilitando o surgimento de novos negócios, com conexões e parcerias entre empresas de diferentes segmentos. O cliente, agora, não é mais refém de uma única instituição. Tem liberdade para escolher a instituição que oferecer a melhor qualidade de serviços e maior quantidade de benefícios.
Entre os desafios para o avanço do Open Insurance, a confiança do usuário no sistema e o consequente aceite do compartilhamento de seus dados é, seguramente, a mais relevante. Também é preciso pensar em uma maior inclusão tecnológica, especialmente dos habitantes de locais onde o acesso à internet ainda não é uma realidade.
Estamos pavimentando um novo ciclo do mercado segurador. Ainda temos um bom caminho a trilhar, mas já sabemos que podemos tornar o seguro acessível, através de tecnologia, promovendo a inovação e a inclusão de maneira simples, intuitiva e digital.
Este artigo foi escrito por Rodrigo Ventura e publicado originalmente em Prensa.li.