O PIX foi anunciado em outubro de 2020 pelo Banco Central do Brasil (BC), mas entrou em funcionamento somente no dia 16 de novembro.
De acordo com o BC, a definição de PIX é “um meio de pagamento instantâneo”, em que os recursos financeiros são transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia da semana.
Diferentemente dos outros meios de pagamento (TED, DOC, boleto, cartão) em que as transações são cobradas entre instituições financeiras, o PIX se diferencia pela não cobrança das transferências e facilita o processo online.
Para realizar uma transação via PIX não é necessário informações sobre a instituição na qual a outra pessoa possui conta. Com o PIX, você realiza a transferência com uma Chave PIX, que pode ser o número de telefone, e-mail, CPF ou outra senha que o usuário desejar.
As transferências podem ocorrer entre contas correntes, contas poupanças ou conta de pagamento pré-paga.
Além de facilitar os meios de transferências, o PIX possui potencial para ajudar nas seguintes questões:
• Alavancar a competitividade e a eficiência do mercado;
• Baixar o custo, aumentar a segurança e aprimorar a experiência dos clientes;
• Incentivar a eletronização do mercado de pagamentos de varejo;
• Promover a inclusão financeira;
• Preencher uma série de lacunas existentes na cesta de instrumentos de pagamentos disponíveis atualmente à população.
Além de aportar transações entre contas, o PIX pode ser utilizado por varejistas, bares, restaurantes, concessionárias de serviços públicos, fintechs, entre outros. Isto porque a transação pode ser feita utilizando um QR Code.
Podemos ver que o PIX será percursor de diversas transformações para o mercado financeiro. Para falar sobre estas mudanças, convidamos Carlos Netto, CEO e Co-Fundador da Matera, para exemplificar estas situações.
A aprovação do PIX e padronização de sistema
Carlos Netto afirma que o processo para instauração do PIX não foi fácil, 762 instituições foram aprovadas e dessas 36 deveriam ter participação obrigatória.
“Isto é muito interessante, estas instituições que foram aprovadas investiram muito dinheiro para participar. Mostra o quanto o PIX vai ser importante”, diz Carlos.
Vale lembrar que o sistema sempre chamará PIX, essa adoção de padronização veio através de observações em outros países. Muitas vezes cada instituição financeira adotava um nome para a tecnologia, o que causava uma má experiência para os usuários.
Desta forma, a padronização para promover uma boa experiência ao cliente prezou a usabilidade, visibilidade e obrigatoriedade das instituições.
“Várias regras surgiram com o PIX, como por exemplo, ele deve estar na primeira tela [do aplicativo do banco] não pode ficar escondido. Isto tudo para não ocorrer dificuldades no pagamento para o usuário”, diz Netto.
Instituições financeiras que não se preocuparam com estas regras, não foram aprovadas e incluídas no sistema.
O PIX e o QR Code
Já sabemos que o PIX facilitará as transações entre bancos e clientes, pois só será necessária a Chave PIX para fazer uma transferência. Entretanto, o sistema encontrou outra forma de promover a tecnologia, o QR Code.
Esta forma de transferência será muito utilizada por bares, restaurantes e aplicativos de transporte. A facilidade encontrada com o QR Code é a não necessidade de informações para realizar uma transação. Isto porque o acesso se torna simples.
É necessário somente um smartphone com tela e câmera. A leitura é realizada pelo celular e em segundos a transferência é feita.
“O QR Code é basicamente o endereço da conta da loja, você aponta o celular e faz a transação”, diz Carlos.
Este sistema dentro do PIX tem suas vantagens, Carlos Netto afirma que “ele pode ser estático ou dinâmico, pode ser impresso ou gerado sob demanda”.
Isto permite que transações de pagamento frequentes como, escolas de inglês, contas de água, luz, internet e telefone possam ser geradas por QR Code, se tornando o “Boleto PIX”.
O PIX é o futuro
Devemos levar em consideração que o PIX já está em funcionamento e seus acertos momentâneos estão promovendo mudanças mais práticas para todas as pessoas, instituições e modelos de negócios que precisam realizar transações diariamente.
Entretanto, este processo deve ser visto como curto prazo, isto porque esta redução de custo e aumento de velocidade irá impactar primeiramente os boletos, TEDs, Guias de Arrecadação, entre outros.
Se pensarmos nos impactos do PIX a médio e longo prazo, os resultados são empolgantes, mas preocupantes.
Em pouco tempo poderemos passar por um aumento de interoperabilidade, isto quer dizer que adquirentes e bandeiras de serviços podem perder espaço no mercado de pagamentos se não encontrarem uma forma de incluir o PIX no seu sistema.
A longo prazo, podemos imaginar um mundo em que os pagamentos em dinheiro se tornarão algo irreal e sem espaço no mercado financeiro.
Carlos Netto diz que a digitalização dos pagamentos melhora a renda das pessoas. "Devemos enxergar o PIX como percursora positiva para um futuro mais abrangente, um mercado mais competitivo e atrativo para todos os usuários da tecnologia".
Quer saber mais sobre PIX?
Assista a palestra de Carlos Netto para entender como este simples sistema promete atualizar os meios de pagamento no país.
Este artigo foi escrito por Carlos Netto e publicado originalmente em Prensa.li.