Por que a inflação tem crescido em todo o mundo?

O que é a inflação?

De acordo com o dicionário Michaelis, a inflação está ligada à emissão excessiva de papel-moeda, que provoca a redução do valor real de uma moeda em relação a determinado padrão monetário estável ou ao ouro. Isso gera o aumento no nível de preços.

Portanto, a inflação é a média do crescimento dos preços de um conjunto de bens e serviços em um determinado período. Ela é mensurada com base em índices, como o IPCA, que analisam os bens e serviços mais importantes para a população e medem o crescimento dos preços desses bens e serviços. 

O resultado do aumento da inflação você deve notar toda vez que vai ao supermercado e observa o crescimento nos valores de diversos itens. Esse crescimento infelizmente reduz o poder de compra da população já que os salários não acompanham os constantes aumentos em itens como óleo de soja, arroz, leite e derivados, café e feijão, só para citar alguns deles.

Por que ela subiu no Brasil e no mundo?

A inflação tem subido no Brasil e em outros países do mundo em decorrência da crise sanitária causada pela pandemia de Covid-19. Contudo, esse não é o único fator. O avanço das mudanças climáticas também dificulta a produção de alguns produtos. Basta lembrar da seca expressiva no sul do Brasil em 2021 que teve consequências negativas na produtividade da lavoura de cultivos como o da soja. 

Para completar o cenário, a Rússia iniciou há alguns meses um conflito bélico com a Ucrânia, o que impactou no preço de produtos como o trigo, já que a Ucrânia é grande produtora deste item. Dessa forma, o pãozinho francês que se faz presente na mesa de café da manhã de tantos brasileiros ficou mais caro.

Para as nações europeias, o conflito entre Rússia e Ucrânia também significou instabilidade na região e ameaças de que o país russo não forneceria mais energia e gás natural aos europeus, o que traria consequências desastrosas para as economias desses países. 

Não se sabe até quando a tensão geopolítica no leste europeu persistirá, mas os bancos centrais dos países já sinalizaram que é hora de apertar os cintos e tomar medidas a fim de controlar a alta da inflação e estabilizar as economias.

Uma das medidas adotadas pelo Banco Central no Brasil é a elevação da Taxa Selic, que, até o momento, está em 11,75% ao ano. A Taxa Selic, juros básicos da economia, é uma ferramenta de controle da inflação e visa fazer com que ela fique nos limites das metas estabelecidas pela equipe econômica. 

Mas por que a Taxa Selic ajuda a controlar a inflação? A resposta é que essa taxa encarece o crédito e desestimula a produção e o consumo.

Por outro lado, taxas mais altas têm o efeito negativo de dificultar a recuperação da economia. Em suma, ao reajustar a Taxa Selic para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança e os investimentos em renda fixa.

Como agir nesse cenário?

Talvez você se questione agora o que fazer para minimizar os efeitos desse cenário na sua vida já que tudo isso nos influencia. Entenda que esse é um momento de economizar e ter cuidado com as compras parceladas.

Não é problema algum fazer compras no cartão de crédito, mas tome o cuidado de só fazer parcelas que sejam possíveis de serem pagas em dia a fim de evitar pagamento de juros, que estão altos, como dito anteriormente. Esse também não é um período ideal para financiar bens como um imóvel ou um carro, igualmente pela questão dos altos juros. 

O ideal é que agora você aproveite a alta dos juros para juntar o dinheiro da entrada desses bens, que porventura deseje adquirir, em aplicações de  renda fixa como LCI, LCA, Tesouro Direto ou CDB, já que esses rendimentos entregam boa rentabilidade com a alta da Selic.

Daqui a um ou dois anos, com as taxas de juros menores, será mais adequado fazer um financiamento. Vale destacar que essa é uma leitura de acordo com o cenário macroeconômico que se apresenta no Brasil, porém essa decisão deve levar em consideração sobretudo a vida de cada pessoa.

E uma última dica para driblar a inflação alta: vale a pena fazer uma lista antes de ir ao supermercado fazer as compras para adquirir somente os itens essenciais e sempre pesquisar marcas mais baratas para economizar na hora das compras.

Este artigo foi escrito por Caroline Brito e publicado originalmente em Prensa.li.