Por que as redes sociais são as vilãs na procrastinação?
A procrastinação é inimiga mortal dos que desejam alcançar o sucesso.
Lendo um texto sobre procrastinação no periódico de publicidade, Meio & Mensagem, onde o autor escreve que a quantidade de dados gerados em dois dias pelas principais redes sociais do mundo inteiro é equivalente em bytes a todos os dados gerados pela humanidade até o dia da inauguração do Facebook.
Na verdade, ele quis dizer que redes sociais geram mais informações do que os milhares de livros escritos pela humanidade. Mas, para entender isso, temos que entender o que seria byte.
Byte, segundo a Wikipédia, é uma unidade de informação digital equivalente a oito bits. Ou seja, cada 1 byte de informação dentro de qualquer site equivale a 8 bits de informação e assim, cada um dos bytes que você recebe deve ser multiplicado por 8 bits sempre.
Podemos dizer que recebemos muita informação das redes sociais e, por isso mesmo, várias vezes temos que limpar nossos celulares e computadores. Mas, por outro lado, informática – indo fundo no termo – é uma informação automática. Ou melhor, uma informação gerada a partir de uma outra informação e essa última chega a você em um modo automático, através da rede e através da leitura binária do seu computador (que codifica e calcula cada número binário envolvido).
Mas informação não é conhecimento.
Grosso modo, informação seria a materialização de uma mensagem que chega até nós. Por exemplo, este texto se materializa diante dos meus olhos graças a uma tela com milhares de pixels e a codificação de números binários pelo sistema. Filosoficamente, seria a materialização do meu pensamento através de linhas escritas, pixels gerados e números binários fazendo a leitura do teclado para o software do Word. Meu pensamento gera o ato de materialização da informação gerada.
Mas e o conhecimento?
Segundo a Wikipédia, o conhecimento – do latim COGNOSCERE, que quer dizer “o ato de conhecer” – é exatamente o ato de conhecer algo. Um conhecimento tem que ter elementos básicos: o sujeito (cognoscente) e o sub-objeto (cognoscível). O cognoscente é o sujeito capaz de adquirir conhecimento, ou o indivíduo com capacidade de conhecer. Já o cognoscível é o que se pode conhecer.
Mas o que seria a procrastinação?
Procrastinação é adiar uma tarefa, é sempre um adiamento daquilo que tem que ser feito.
Entendendo isso, vamos ao que o autor quis dizer no texto. Segundo ele, as redes sociais têm um papel muito grande dentro da procrastinação porque os idealizadores dessas redes descobriram um modo de fisgar a atenção do usuário.
Outro fenômeno muito comum – que o autor não comentou – é que, nos finais de semana muitos nem lembram que as redes sociais existem, mas, durante a semana, as redes sociais se enchem de mensagens. Isso mostra que muitas pessoas não gostam daquilo que fazem, ou não gostam de ficar presos em tarefas obrigatórias.
É errado você dizer “eu tenho uma obrigação para fazer” porque quando você diz isso, logo, é uma “obrigação” e a partir daí acontece a procrastinação.
A questão mais importante é: por que as pessoas acham que elas próprias estão escolhendo as redes sociais pela liberdade? Porque, claro, o autor é um CEO da comunicação e vai sempre achar que as redes sociais é que prendem as pessoas.
Mas, como experiência pessoal, não é bem assim. Quem gosta do que faz não fica nas redes sociais e vários parentes – que trabalham em casa, aliás – não ficam o dia inteiro nas redes sociais.
Então, qual o problema?
O problema é sempre jogar a culpa na ferramenta e não em quem a usa. Seria como botar a culpa em uma arma de fogo e não no autor dos disparos. As pessoas se deixam manipular porque preferem suas zonas de conforto, é muito mais confortável assim.
Meus vídeos do TikTok têm muito mais visualizações do que minhas postagens escritas no Instagram. Por quê? Porque as pessoas se acomodaram em não ler e querem coisas em imediato. É muito mais fácil. Assim como é muito mais fácil botar a culpa na ferramenta, só que existe uma regra importante no mercado: sem público não há demanda.
Este artigo foi escrito por Amauri Nolasco Sanches Junior e publicado originalmente em Prensa.li.