Por que o Low Code dá certo?
Vamos começar o nosso raciocínio com uma visão após o bug do milênio, isso mesmo, uma coisa bem antiga. No início do século a mão de obra de desenvolvimento não era escassa e possuímos profissionais que aprenderam lógica de programação exaustivamente e, em sua maioria, tinham formação em matemática ou áreas afins. Sem contar o tipo de linguagem, que era procedural, também demorada para aprender, e estávamos iniciando as linguagens orientadas a objeto, uma grande evolução para a tecnologia.
Mas afinal o que isso tem a ver com o Low-code?
Na verdade, tudo a ver. São etapas de evolução na área de tecnologia que, se bem analisadas, demonstram que o Low-code é mais uma evolução como as outras evoluções. Sendo assim, tende a durar de 10 a 20 anos. Puxa, tudo isso? Sim.
Qual o cenário que temos hoje?
De acordo com a Mckinsey, até 2030 teremos no Brasil uma escassez de 1 milhão de trabalhadores no setor de tecnologia. Veja que isso é somente para a nossa demanda local, imagine a mundial.
Já o Gartner traz outro dado interessante: 80% dos produtos e serviços de TI serão desenvolvidos por profissionais que não são da área até 2024.
Sem contar a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e comunicação), que após uma pesquisa de 2020, chegou à conclusão que o Brasil forma apenas 46 mil profissionais capacitados em tecnologia.
Com isso, temos um verdadeiro apagão de profissionais em tecnologia. E agora?
Para sanar esse problema podemos ter duas soluções. A primeira é diminuir a demanda de software personalizado, tendo a redução das necessidades. Acredito que, atualmente, isso é um pouco improvável de acontecer, pois cada vez mais os nossos processos precisam ser enviados para o mundo digital, onde temos maior controle e maior agilidade.
A segunda, e essa acredito ser a mais viável e nobre, seria forma mais profissionais e rapidamente colocá-los em contato com o mercado de trabalho.
E como mercado está vendo isso?
Se fizer agora no Google uma pesquisa rápida sobre low-code e colocar em notícias vai perceber que a tendência já virou realidade. Devido a isso, empresas que não adotarem alguma plataforma de low-code poderão ter sua transformação digital comprometida.
E irei sempre falar, low-code é agilidade, é entrega, é aprendizado mais rápido. Resumindo, low-code é aumento de produtividade.
Ensinar uma plataforma de low-code é a forma mais rápida para inclusão de novos profissionais de desenvolvimento.
Isso é fácil?
Na verdade, na vida nem tudo é fácil, muito menos trabalhar com desenvolvimento. Pensando nisso, preparei alguns pontos para você conseguir montar a sua equipe de Dev low-code.
1. Selecione uma Plataforma
Existe inúmeras plataformas de low-code, e terá uma que irá atender a você e sua empresa.
Para ajudar na sua escolha, tenha em mente perguntas como:
Vou ficar preso a essa solução?
Sim, pelo motivo que todas são proprietárias e possuem suas linguagens definidas.
São seguras?
Acredito que a maioria, mas verifique as suas certificações e itens de segurança.
Possuem suporte para linguagens convencionais?
Isso é importante, pois facilitam e muito na criação de aplicações dinâmicas e com muitos recursos.
Essas e outras perguntas importantes precisam ter suas respostas bem claras.
2. Desenvolva um material de treinamento
Alguém de sua equipe desenvolverá um material de treinamento, ou até mesmo o fabricante de sua plataforma, para passar aos integrantes de sua equipe. Assim, eles poderão gerar resultados mais rapidamente.
Sempre são importantes os treinamentos de lógica de programação. Low-code tem código, poucos, mas tem. Diante disso, recomendo deixar a lógica afiada.
3. Estabeleça os desafios, começando com coisas menores
Agora sim, esse momento é importante. É a grande hora de colocar qual aplicativo que será desenvolvido utilizando low-code.
Pode utilizar a metodologia de gerenciamento de projetos que desejar (sugiro o Scrum), mas, se já possui uma metodologia, pode utilizar ela mesmo.
Porém, o desafio é importante. Pois, paralelo com o treinamento, a equipe começa a ter uma ideia que o que estava no papel vai virar realidade. Isso motiva cada vez mais o profissional.
4. Estabeleça padrão de escrita de códigos e também metodologia de teste.
Low-code não significa que podemos fazer do jeito que desejamos. Veja que low-code é um conjunto de soluções que tem código, necessita de refatoração em algumas funções, pode ter também técnicas de TDD e um responsável em realizar os testes. Afinal, é uma aplicação.
E qual profissional treinar?
Todos que tenham vontade e pré-disposição para aprender tecnologia, desde um DevOps até um entusiasta de tecnologia.
Lembre-se: em 1 semana o profissional já consegue criar aplicativos em uma plataforma de low-code. Com certeza, a facilidade em poder ensinar low-code e essa rapidez que um profissional consegue realizar o seu primeiro desenvolvimento são os motivos que tornam as plataformas de low-code um sucesso que, muito provavelmente, vai durar por muitos anos.
Este artigo foi escrito por Leandro Garcia e publicado originalmente em Prensa.li.