Precisamos conversar sobre a violência
Agora é saber como combater
Ontem, 05 de abril, um atentado covarde vitimou crianças numa creche de Blumenau, Santa Catarina. Dias antes, na zona oeste e periférica de São Paulo, uma escola testemunhou um ataque bárbaro que matou uma professora.
Em virtude dos acontecimentos que colocam o Brasil como país vulnerável aos ataques e incidentes criminosos contra a população majoritária, precisamos iniciar uma evolução no pensamento crítico, social, pacificador e de combate à todas as formas de violência.
Os ataques que aconteceram, seja no Brasil como em todo o planeta, foram por meio de ações "solitárias", reportadas por pesquisadores dedicados a desvendar o submundo das comunicações e comunidades digitais. Chama-se a atenção pontos as quais eram até então ignorados, e que precisam ser levantados e reportados com altíssima veemência para o grande debate.
Combate à violência tem que ser feito em todas as frentes - incluindo a digital e televisiva.
Na nota editorial que assino na Urbanna News, enfatizo pontos que vão desde a problemas na comunidade escolar e da vizinhança, até os meios televisivos e digitais.
Neste exato momento, a imprensa vai precisar rever seu código de jornalismo, pois a divulgação desses casos estimulam outros que, infelizmente, podem acontecer - somados a demanda de retirada de conteúdos violentos nos veículos. Por sermos leitores, ouvintes, espectadores, podemos acabar partilhando algo indigesto aos demais - e essas práticas são amplamente contrárias as orientações de boas práticas da circulação de informações, seja no boca a boca como nas redes sociais.
Também se chama a atenção deste então problema invisível ser cada vez mais frequente, severo, com os propósitos que já foram combatidos há quase um século atrás, mas que estão resistindo e nos colocando como potenciais alvos de suas violências e perversidades. É necessário enfatizar que a população majoritária do Brasil e do mundo constitui na população negra, na população pobre, na população LGBT, na população feminina e na população nativa.
Na comunidade escolar e da vizinhança, houve-se épocas em que o bullying era tratado como "caso natural" de crescimento e amadurecimento - o que é uma inverdade. Majoritariamente, o perfil de recrutados para esses atentados são de jovens que sofreram algum tipo de bullying ou discriminação e que não tiveram recursos para praticar a inteligência emocional bem como aqueles que os atacaram no passado.
Embora sejam feitas políticas de segurança que, na suma realidade, é o reforço da política que não será suficiente para o combate, vai ser precisa uma grande política de Estado, somado a Comunidade Escolar (aqui, digo, desde a direção da escola até os parentes responsáveis) e a Comunidade Psicológica para o que chamo de a grande guerra contra o bullying e o recrutamento para esses atentados.
Muitos de nós, hoje adultos, podemos partilhar nossas experiências que sofremos ou que já fizeram mal à alguém como forma de reconhecimento e autocrítica, para que essas experiências não sejam repetidas para as próximas gerações.
Este artigo foi escrito por Camila L. Oliveira e publicado originalmente em Prensa.li.