Pressionado, Instagram recua na tentativa de avançar na concorrência com TikTok
Desafio do aplicativo é dar um passo à frente no mercado, mas ainda não sabe o melhor caminho
"Faça o Instagram ser Instagram Novamente". Memes que viralizaram na rede provocaram uma reação da empresa, que decidiu reavaliar as mudanças recentes implantadas. Nas próximas semanas, o aplicativo deve desativar duas funcionalidades, em teste, diante do protesto de usuários e pressão de celebridades, para que volte a priorizar fotos estáticas no lugar de mais vídeos. E, agora, o desafio é avançar na concorrência com o TikTok, aplicativo de vídeos mais baixado do mundo.
Instagram tenta lidar com pressão de celebridades e usuários
Nas redes sociais, o Instagram foi bombardeado de críticas ao novo modelo de testes adotado no último mês. No Twitter, quase todos os dias, usuários postaram tweets contra as mudanças do aplicativo, que rapidamente viralizaram na rede.
Celebridades também fizeram campanha para que o aplicativo volte a priorizar fotos, em vez de vídeos. As irmãs Kardashian postaram memes e compartilharam uma petição online pedindo para que o “Instagram volte a ser Instagram".
A empresa optou pela mudança, depois de perceber que a tendência é de que usuários passem mais tempo assistindo a mais vídeos que fotos. Mas o novo modelo não pegou bem! E a própria empresa reconheceu que as alterações não agradaram o público.
Em entrevista ao jornalista americano Casey Newton, o chefe do Instagram, Adam Mosseri, explicou que a empresa decidiu reavaliar e voltar atrás nos testes.
“Para os novos designs de feed, as pessoas ficam frustradas e os dados de uso não são bons… Então, acho que precisamos dar um grande passo para trás, reagrupar e descobrir como queremos avançar"
O próprio Newton chegou até a postar um vídeo na tentativa de explicar e conter as hostilidades de usuários.
No vídeo,o chefe do Instagram afirma que as pessoas estão mais interessadas em vídeos e que o aplicativo sempre terá um espaço dedicado a fotos. Mas, agora, o desafio é compreender como trabalhar essa nova linguagem em uma rede que reúne diferentes públicos, desde amigos, familiares até celebridades, que fazem do aplicativo uma das principais fontes de negócio.
“O que aconteceu na última década é que a forma como as pessoas compartilham com os amigos mudou. Ele mudou para histórias e mudou para DMs e bate-papos em grupo. Mais fotos e vídeos são compartilhados em DM’s em um dia e, em seguida, são compartilhados em histórias. E mais fotos e vídeos são compartilhados nos stories em um dia do que compartilhados no feed.”, disse Mossiri em entrevista ao jornalista.
Mudanças no Instagram começam nas próximas semanas
Na versão de teste do aplicativo, fotos e vídeos foram adaptados para tela cheia. O próprio Adam Mosseri, explicou que a ideia era “trazer o vídeo mais à frente e ao centro”, experiência que os usuários já têm com o TikTok. Essa é a primeira mudança do Instagram nos próximos dias, já que a função será desativada.
Outra reclamação do público é com relação às postagens recomendadas no aplicativo. O Instagram deve modificar os algoritmos para voltar a mostrar as publicações de conteúdos seguidos pelos usuários. Deixando, então, e recomendar novos perfis e páginas.
Concorrência com TikTok
Diante a tentativa frustrada de mudanças, o Instagram, agora, segue com o objetivo de avançar no aplicativo, que começou como feed de fotos.
Mas a empresa deixa claro aos usuários que as mudanças devem surgir, inevitavelmente, com relação aos vídeos do aplicativo.
Assim, o Instagram tenta, cada vez mais, se aproximar do Tik Tok, aplicativo mais baixado e o site de vídeos mais popular do mundo. Só para ter uma ideia da força da concorrência, o TikTok foi baixado mais de três bilhões de vezes.
A Meta, empresa que administra o Instagram, infomrou que vai dar um tempo para fazer as mudanças corretas.
“Acho que precisamos fazer um trabalho melhor, certificando-se de que está claro por que algo é melhor e explicando algo antes que aconteça, para não surpreender as pessoas.”, disse o chefe do Instagram.
Este artigo foi escrito por Sandra Riva e publicado originalmente em Prensa.li.