Programador: Uma profissão para “servir”
Hoje o professor Isidro tá filosófico 🙂
Como católico que sou (e com muita alegria e honra), tenho tentando me manter em estudos também sobre a doutrina da Santa Igreja Católica a qual faço parte. Mas, Isidro, essa é uma publicação religiosa? Não! Mas quero fazer alguns paralelos.
Em 2019 me deparei com este texto aqui do Padre Francisco Faus que utilizei para uma palestra que ministrei a um grupo de adolescentes da minha paróquia sobre servir.
E para minha “surpresa” (coloco entre parêntesis porque nada é por acaso), eu vi muito da nossa profissão naquelas palavras. Sem querer dar um spoiler, mas adiantando algumas coisas do texto (sugiro de coração que vocês leiam com a mente aberta), lá fala que a palavra servir tem 2 significados muito claros, presentes numa frase que é a seguinte: Para servir, servir.
Confesso que isso me deixou intrigado de certa maneira e, ao mesmo tempo, minha cabeça começava a explodir por conta das semelhanças com a nossa profissão. Mas vamos lá pra entender esse contexto:
Primeiro sentido: “servir” como “prestar-se a”
Como assim, Isidro? Pois é. Será que nós “prestamos” a sermos programadores? Temos vocação para isso? Assumimos sermos Developers como nossa carreira, e não apenas como um emprego? Temos a idéia de que vamos estudar pela vida toda e teremos sempre aquela sensação de que a cada dia que estudamos, a única coisa que temos certeza é que precisamos estudar mais e mais?
Pois bem, se você entendeu que ser um Programador é saber que essa “cruz” faz parte do seu dia-a-dia, parabéns. Senão, talvez seja bacana rever até a questão de estar na carreira que te realiza.
Confesso que isso mexeu muito comigo e que me deixou com mais convicção ainda de que estou na carreira que amo.
Segundo sentido: “servir” como “ter o espírito de doar-se”
Essa parte é densa (e tensa, rsrs). Não sei se já te contaram, mas os developers vivem para resolver problemas para os outros. A gente vive para resolver problemas e servir pessoas que não fazemos idéia. Eu sempre digo aos meus alunos (e nas palestras que tenho oportunidade de ministrar) que software só é software se for usável, caso contrário é apenas um amontoado de linhas de código!
Raramente produzimos software para uso próprio. Em geral fazemos desde o sistema para o comerciante do bairro até sistemas de grande porte, na nuvem, para milhões de usuários.
A pergunta que refleti lendo esse texto é justamente essa: Temos o espírito de servir, fazendo software com amor (e não estou falando de sentimento) para ajudar pessoas que com certeza jamais veremos?
O site que será usado não pelo nosso cliente, mas pelos clientes do nosso cliente (que não fazemos idéia de quem são), o sistema da empresa, da qual um de seus funcionários será o operador de nosso projeto (e não o proprietário que irá pagar por ele), e muitas outras situações.
Quando a gente fala, na cultura do DevOps sobre “foco no cliente”, é justamente isso: Temos espírito de serviço para juntos, mesmo com todas as dificuldades, ajudarmos uma terceira pessoa?
Bom, sem me alongar demais, vou encerrando por aqui. Hoje como estou filosófico e com a veia católica mais aflorada (rsrsrsrs), quero dizer que todos vocês, meus alunos (presenciais ou remotos) estão e estarão sempre em minhas orações e que desejo muito sucesso a todos vocês.
Um abraço
#vamosprogramar
Este texto foi originalmente publicado aqui.
Imagem de Capa - Annie Spratt - via Unsplash
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Este artigo foi escrito por Professor Isidro e publicado originalmente em Prensa.li.