Qual é o caminho da inspiração até a inovação?
EBAC Talks reúne lideranças femininas no Museu de Arte de São Paulo para debater os processos de inovação
O edifício projetado por Lina Bo Bardi na Avenida Paulista recebeu na quarta-feira, 20 de março, mais uma edição do EBAC Talks com mediação da jornalista Nayara de Deus. A Escola Britânica de Arte Criatividade e Tecnologia colocou em dialogo Julia Resende, Thais Brunelli, Isa Silva e Cris Sidicic — que fazem parte de empresas como o Itaú, V4, a grife Isac Silva e a startup de cloud kitchens Olga Ri — elas refletiram com a plateia sobre o caminho da inspiração até a inovação.
Responsável pela mudança de marca do Itaú, Julia Resende afirma que o rebranding de um dos principais bancos da América Latina foi feito com protagonismo feminino. Ela também destacou o conceito de Human Centred Design, cujo objetivo propõe realizar a conexão entre profissionais das diversas áreas de um negócio e clientes. “Não tem como trabalhar sem centrar no usuário, sem considerar o contexto, as pessoas e a cultura que envolve cada uma delas.” afirma Julia. A designer manager complementa que é preciso questionar o que entregamos para as pessoas desde o micromomento — como, por exemplo, a ação de realizar um Pix dentro do aplicativo — até o propósito. “É preciso ter dimensão da responsabilidade criativa do que você coloca no mundo.” completa.
Capitã no mundo bussiness, Cris Sindicic é a líder responsável pela Olga Ri, uma startup de alimentos que opera a partir de cloud kitchens e que pretende protagonizar a próxima geração de food services. Diante do desafio de conduzir o destino de muitos funcionários e colaboradores, as líderes elencaram alguns princípios de inovação para todos os negócios:
Fazer melhor o que você já faz;
Identificar quais são as principais dificuldades e elencar pontos de melhoria;
Alinhar a perspectiva e a expectativa, estabelecendo um prazo para o processo;
Investir em tecnologias;
A construção da marca com identidade e propósito;
Não entregar soluções prontas e ter a humildade de se colocar no lugar de quem não sabe fazer;
Confiar na execução feita por outras pessoas;
Observar as dinâmicas sociais e aprender com elas;
Inovar com a escassez.
Primeira estilista transexual a fazer parte da SPFW, Isa Silva é responsável pela grife Isac Silva. Representante de um mundo que se moderniza, ela acredita que muita gente ainda não consegue assimilar a modernização no mesmo ritmo. “Se você não falar sobre sustentabilidade e diversidade, você não está inovando. Para inovar com criatividade é preciso gostar de trabalhar, mas amar viver”, complementa a empreendedora.
Colaboradora da V4 Company, a Diretora de Customer Experience e Equity Partner Thais Brunelli acredita que ser mulher no mundo corporativo é um desafio e que o caminho que ela encontrou para se destacar foi buscar resultados e o quanto ela poderia agregar valores ao negócio. “Eu acredito que se eu tivesse a experiência de ouvir outras histórias de lideranças femininas que já passaram por algo parecido com o que eu já vivi teria sido mais fácil”, ressalta Thais.
No que diz respeito às novas tecnologias, a combinação entre a experiência do cliente, a Inteligência Artificial e a Realidade Aumentada tem um potencial de melhorar o aprendizado de consumo, trazendo tangibilidade para marca e, por consequência, retendo o cliente.
A publicidade precisa ser pensada para o usuário, personalizada, e os dados não podem ser apenas um número. “É preciso cultivar o pertencimento da marca. O consumidor não está olhando somente para o produto, mas para a jornada toda. Se você pecar em alguma etapa da jornada, seja na entrega, na embalagem, no atendimento, isso faz com que você perca aquele cliente. Essas tecnologias vêm para contribuir nesse sentindo: reter o cliente”, completa Thais.
Por fim, a conversa promovid pela EBAC no MASP reafirmou que o caminho para a inovação reflete que as pessoas, o usuário, os clientes e o mercado buscam pelo propósito daquilo que consomem. É preciso ter a dimensão da responsabilidade criativa daquilo que é posto no mundo e que o equilíbrio entre a perspectiva e a expectativa humana ainda é um caminho próspero.