Qual Emoji eu deveria usar? Uma questão de identificação e apropriação cultural
Mas há de se saber que assim como a cera não recebe forma alguma a menos que tenha sido amolecida, do mesmo modo o homem não pode ser moldado para a virtude pela ação da mão alheia se não for desprovido por meio da humildade, de toda a rigidez da soberba e da teimosia- Hugo de São Vitor
O dia mundial do Emoji foi comemorado dia 17 de julho, e bem a tempo de comemorar essa data, o WhatsApp anunciou que as pessoas poderão usar os “amarelinhos” para reagirem a mensagens no aplicativo.
Contudo, os emojis também são pauta para outros problemas sociais, bem como, racismo, e apropriação cultural.
No país onde houve um dos maiores segregacionismos explícitos do mundo, EUA, o National Public Radio – NPR, recentemente publicou um artigo sobre os famosos “emojis” na internet.
O artigo é intitulado “Qual emoji de cor de pele você deve usar? A resposta pode ser mais complexa do que você pensa”.
O texto afirma que:
“Em 2015, cinco opções de tons de pele ficaram disponíveis para emojis de gestos de mão, além do amarelo padrão do tipo Simpsons. Escolher um pode ser um simples atalho de mensagens de texto para alguns, mas para outros, abre uma conversa complexa sobre raça e identidade.”
Ainda que há alguns anos a expressão “lápis cor de pele” esteja sendo debatida no Brasil, de forma a incluir os variados tons de pele e não somente o tradicional “bege”, o debate sobre os emojis podem ser similares.
Dessa forma, a inserção de variados tons de emoji infere diretamente na identificação pessoal de cada um.
As questões envolvendo emojis, tons de pele, e conscientização de identidade cultural parecem estar cada dia mais em alta. Mas a pergunta da vez é: haveria apropriação cultural na utilização desses emojis?
Bem, o termo apropriação cultural é um conceito antropológico derivado do uso de elementos de uma cultura minoritária por outra dominante, podendo ser, símbolos, costumes, vestimentas, objetos, comportamentos, hábitos, expressões artísticas, etc. Há algum tempo a influencer Bianca Andrade (Boca Rosa- que participou do BBB20 e ficou famosa por sua maquiagem não manchar mesmo chorando) foi acusada de apropriação cultural, por se utilizar de “dreads” no cabelo.
Logo, a nova funcionalidade do app pode trazer vários questionamentos sociais, éticos e jurídicos. Principalmente quando sabemos da facilidade de "vazamento" de prints, conversas, e da velocidade das redes sociais.
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Este artigo foi escrito por Maria Renata Gois e publicado originalmente em Prensa.li.