Qual o limite do meu desenvolvimento utilizando uma solução de Low code?
Geralmente a questão que está na mente de vários desenvolvedores que estão pensando em migrar para uma solução de Low-code.
Há aproximadamente 8 anos, essa resposta era muito simples, pois as soluções possuíam diversas limitações, principalmente a parte de UX (User eXperience) que colocavam a sua praticidade para processos rápidos, basicamente, sistemas que poderiam ser reproduzidos perfeitamente em uma planilha de dados, e que precisavam de mais confiabilidade. Era um prato cheio para a Low-code, processos rápidos e práticos, igual ao conceito de toda a solução deste tipo.
Como toda solução tecnológica, ou evolui ou morre, as soluções evoluíram e muito bem evoluídas.
Soluções de mercado que incorporaram linguagem convencionais (Node.js, Java e outros) ganhando o aumento na experiência do usuário, como o processamento, armazenamento, segurança e diversas funcionalidades (Integrações, API’s, versionamento de códigos e outros), fazendo que estas soluções se tornassem mais desenvolvidas e com isso, atendendo processos de negócio robustos.
Hoje é possível, utilizando Low-code criar ERP’s completos. (Falo isso por experiência, pois já criei dois).
Então, caso precise de uma aplicação de gestão de compras com mapa de rentabilidade e gestão de concorrência eu consigo fazer em Low-code? Sim, consegue.
Mas outra pergunta que pode aparecer também. Quão complexo é?
Diria para o leitor que soluções de gestão de compras, ERP’s, CRM e aplicações do mesmo seguimento é complexo por sua própria natureza, pois necessitam do entendimento, não somente de soluções tecnológicas, mas de soluções contábeis e processos de negócios.
Tirando as complexidades do negócio e focando somente na tecnológica, digo que, em média, se gasta 30% a 40% menos tempo que ao criar em uma linguagem convencional.
As soluções de Low-code que são responsáveis pela agilidade e esse ganho de tempo, como dizem “Tempo é dinheiro”, uma boa solução que facilitará o seu desenvolvimento e possibilitando agilidade na criação de tabelas, funções de cálculos e demonstração de views e relatórios, sem contar com a construção de Dashboards para demonstrar melhor os resultados dos dados processados.
O ponto que as soluções de Low-code não traz, é o mapeamento correto do processo que será transformado em desenvolvimento.
Quando falamos que o desenvolvimento de software é diferente utilizando uma solução Low-code e outra convencional, estamos cometendo um erro, pois os processos a serem realizados são similares e muitas vezes os mesmos.
Podemos gerenciar um projeto utilizando metodologia ágil, temos que desenhar a arquitetura das tabelas, relacionamentos e a escrita dos códigos (mesmo que poucos) precisa de critérios parecidos com o desenvolvimento em linguagem convencional.
Com isso, respondendo à pergunta sobre os limites do desenvolvimento em Low-code, são os mesmos hoje utilizando uma linguagem convencional, claro que em uma linguagem tradicional geralmente são open source ou o interpretador e/ou compilador são de fácil acesso, no caso do Low-code as soluções são proprietárias e necessitam de aquisições de licenciamento a qual cada fabricante terá um pacote de funcionalidades que ajudam mais em uma determinada etapa que a outra.
Não podemos esquecer que Low-code geralmente facilita muito na criação de Aplicativos para dispositivos móveis. Que é o mesmo cenário, os limites estão muito próximos aos utilizados hoje em uma linguagem convencional.
Há 5 anos, Low-code era uma tendência e hoje acredito que passou a ser uma realidade, pois muitas empresas, de diversos tamanhos, utilizam essas soluções. Por motivo de agilidade, ganho de tempo, como também, a falta de profissionais de desenvolvimento faz com que aprender uma solução de Low-code fique interessante.
Entretanto, nunca se engane, Low-code é para entusiastas que possui o conhecimento prévio de plataformas de desenvolvimento de softwares, principalmente de arquitetura de software, aprendem e se desenvolvem mais rápido.
Este artigo foi escrito por Leandro Garcia e publicado originalmente em Prensa.li.