Qualcomm está preparando uma nova incursão no mercado de servidores
Enquanto a Qualcomm pretende acompanhar os últimos chips oferecidos pela Apple em termos de desempenho, a empresa americana tentará interferir em um novo mercado. Além de projetar chips para smartphones e computadores, a empresa quer entrar no mercado de chips para servidores e data centers.
Segunda tentativa de entrar no mercado de servidores
Em 2017, a Qualcomm fez sua primeira tentativa de entrar no mercado de chips para servidores. A empresa então lançou a linha Centriq 2400, um chip ARM especialmente dedicado a servidores e fabricado pela Samsung. Porém, internamente, o chip não foi considerado adequado e a empresa abandonou a sua comercialização no ano seguinte.
Naquela época, vários especialistas apontavam para o processo de fabricação que ainda não era maduro ou o acabamento da gigante sul-coreana foi considerado desleixado. A Qualcomm, então, fechou a sua filial dedicada a servidores e, também, viu os seus especialistas deixarem a empresa.
Alguns anos depois, a Qualcomm adquiriu a Nuvia, empresa criada por ex-engenheiros do Google e da Apple. Alguns deles reclamaram na época que a Apple não queria entrar no mercado de servidores e data centers.
A Qualcomm adquiriu a empresa principalmente para explorar o conhecimento desses engenheiros no desenvolvimento de núcleos de CPU de alta potência. Esses núcleos devem ser integrados em um chip dedicado a PCs com Windows que será apresentado em novembro deste ano.
Qualcomm terá que lidar com novos concorrentes
No entanto, segundo a Bloomberg, a Qualcomm não esqueceu o desejo dos funcionários da Nuvia: de participar do mercado de chips para servidores. Com razão, já que este mercado vale 28 bilhões de dólares por ano.
Atualmente, os pacotes de software são cada vez mais eficientes: portanto, é mais fácil para a Qualcomm projetar softwares eficientes para seus componentes. Por fim, a empresa pode contar com engenheiros da Nuvia motivados e reconhecidos nesta área.
O retorno da Qualcomm ao negócio de chips de servidores exigirá a apresentação de suas credenciais. Se em 2017 era quase o único player do setor, entre 2018 e 2022 o mercado mudou muito. A Amazon desenvolveu várias gerações de seus chips Graviton projetados especificamente para servidores e data centers. Outras empresas como a Huawei também comercializam seus próprios chips. Cabe à empresa americana fazer de tudo para oferecer um produto que irá seduzir seus clientes de outrora.
Este exemplo é uma das iniciativas das empresas deste setor, que estão buscando alternativas para contornar a crise de semicondutores, que se iniciou devido ao fechamento de fábricas causado pela crise sanitária de 2020.
Como estes componentes exigem um longo tempo de confecção, por causa da complexidade da sua montagem, e o mesmo é requisitado em equipamentos tecnológicos de vários segmentos, a sua produção mundial teve meses de atraso nas entregas destes componentes.
Apesar de aparecerem várias iniciativas como esta, e também subsídios de vários países para a ampliação da fabricação de chips, esta situação está longe de ser revolvida.
Este artigo foi escrito por Lucas Dadalt e publicado originalmente em Prensa.li.