Quando o relacionamento abusivo não é o mais comum
Para descobrir se o relacionamento é abusivo, alguns sinais são observados, as queixas mais comuns envolvem ciúmes em excesso, chantagem emocional, o controle sobre outros relacionamentos, principalmente entre amigos ou familiares e também controle nas decisões e ações do parceiro, a pessoa tenta menosprezar a outra pessoa, colocando-a como alguém incapaz, dependente e com sentimentos de culpa.
Inicialmente de forma sutil, as atitudes passam a se agravar com o passar do tempo, os ciclos dessa violência seguem um padrão que funciona em 4 fases: tensão, agressão, desculpas e reconciliação, após essa fase, ocorre o retorno para a primeira fase.
Os padrões que aprendemos desde cedo nos exibem a figura masculina como forte, destemida, dificultando até para o próprio homem se reconhecer como vítima nesse tipo de relacionamento.
Para a vítima dentro do relacionamento abusivo, nem sempre é possível ter a percepção transparente dos fatos. Cerca de 20% dos homens já passaram por isso, alguns abusos acontecem durante a relação, mas muitos ainda perduram e assombram as vítimas mesmo após o término. Uma das formas mais comuns disso acontecer é se existe a presença de filhos, pois infelizmente as crianças são usadas para exercer uma pressão psicológica, através de mentiras, com a intenção de prejudicar a relação entre pais e filhos. Chamada de alienação parental, cresce cada vez mais a procura por justiça a este crime.
É interessante perceber que o machismo estrutural é responsável por agravar essa situação, por não permitir ao homem se perceber em uma situação que não tenha o controle. Uma maneira de expor essa situação seria deixar um espaço mais amplo para o tema, sempre que for falar de relacionamentos abusivos, falar sobre todos os tipos, aquele que presenciamos no trabalho, entre familiares, entre amigos, enfim, esclarecer principalmente para a vítima que vive nessas condições que ela precisa expressar seus sentimentos e buscar a ajuda necessária para superar essa situação.
Este artigo foi escrito por Juliana Lima e publicado originalmente em Prensa.li.