Quarentões mais distantes da aposentadoria
Mais mudanças com a Reforma da Previdência, em 2023
Se está beirando os 40 e já pensa no futuro financeiro com a aposentadoria do Governo Federal, é bom rever os planos. Sem desanimar, mas a nova regra da Reforma da Previdência é clara: quarentões vão demorar duas décadas, ou mais, pra conseguir o benefício por idade. Ficou ainda mais difícil descansar com ajuda do INSS. Por isso, é bom já começar a fazer as contas e também a pensar em outras rendas, aplicações financeiras, seguros ou, quem sabe até abrir um negócio.
Confira o que mudou na lei, aprovada em 2019, para as regras de aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Veja as alterações gradativas do benefício para 2023.
Aposentar depois dos 40
Os quarentões levaram a pior na nova regra, aprovada em 2019. As principais mudanças foram com relação à idade mínima, ao tempo de contribuição e ao cálculo do benefício do aposentado. Vamos por partes.
Aposentadoria por idade:
Antes, as mulheres se aposentavam com 60 anos e com 15 de contribuição ao INSS;
Em 2023, as mulheres devem esperar até os 62 anos para dar entrada no benefício.
A regra mudou apenas para mulheres! Homens continuam com 65 anos e 15 de contribuição.
Aposentadoria por idade mínima:
Em 2023, mais mudanças! A regra para aposentaria por idade mínima progressiva ficará assim:
Mulheres com 58 anos e 30 de contribuição.
Homens, 63 anos e 35 de contribuição.
Percebeu que, a cada ano que passa, se aposentar fica cada vez mais difícil. Ruim para os trabalhadores, bom para o sistema!
Mas vamos analisar outras formas de calcular a sua aposentadoria pelo INSS.
Aposentar por Contribuição
Aposentadoria por Tempo de Contribuição, ou de serviço, como é mais conhecido, era mais comum antes da mudança. O que mudou?
Antes, homens deveriam contribuir por 35 anos e mulheres por 30 anos;
Agora, NÃO EXISTE MAIS essa modalidade.
Isso mesmo! Pelo menos para quem não teve carteira de trabalho assinada antes de 13 de novembro de 2019. Anote a data no caderninho! Vamos precisar para entender essa nova regra.
Mas, antes, uma conta rápida para esclarecer melhor:
Mulher começou a trabalhar e contribuir para o INSS com 18 anos e, assim, continuou segurada pelos próximos 30 anos. Antes, conseguia dar entrada por tempo de contribuição aos 48 anos.
Lembrando que, ainda, tinha o temido fator previdenciário, que funcionava assim: quanto mais cedo se aposentava, menor era o valor da aposentadoria.
Só que, agora, esquece dessa regra, que não vale mais! Vamos voltar para idade mínima. Essa acabou, mesmo! Mas... (cadê a anotação no caderninho?) para quem nunca contribuiu para o INSS antes de 13 de novembro de 2019.
Se não é o seu caso, então, você faz parte da chamada regra de transição.
Regra de Transição (Pontuação)
Agora, chegamos na pontuação e será preciso fazer contas para se aposentar pelo INSS. Anote a fórmula:
SUA IDADE + TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
Em 2023, para aposentar pelo INSS será preciso fechar a conta em, pelo menos:
90 pontos para mulheres com, ao menos, 30 anos de contribuição;
100 para homens com, ao menos, 35 anos de contribuição.
E o sistema só aumenta com o passar do tempo. A regra de transição prevê acréscimo a cada ano. Até chegar em 100 pontos para mulheres e 105 para homens... Pra facilitar, fazendo a conta rápida: 2033 e 2028, respectivamente.
E, seguindo as mudanças gradativas, com acréscimo de seis meses a cada ano. Em 2027, homens precisarão chegar aos 65 anos para conseguir o benefício. Em 2031, mulheres, 62 anos, e assim por diante...
Desafios da aposentadoria pelo INSS
Bom... Já deu perceber que, para garantir uma boa aposentadoria pelo INSS na fase mais madura da vida, terá que atender às regras, que são desafiadoras.
E, ainda, que, pelo menos, terá que trabalhar de 25 a 30 anos como CLT para garantir a folga tão sonhada. Mas, até lá, segure firme. Precisa enfrentar o cenário de inflação e desemprego elevados.
E, se partir para o lado dos profissionais autônomos, não se esqueça que deve contribuir com a Previdência para entrar nas novas regras do INSS. Boa sorte!
Este artigo foi escrito por Sandra Riva e publicado originalmente em Prensa.li.