Que tal morar em uma cidade flutuante no futuro?
Se você está cansado de morar em terra, por que não tentar algo diferente e se mudar para uma cidade flutuante no futuro? Essas cidades são construídas em plataformas seguras e podem resistir a furacões ou inundações. Mas, se você está preocupado com enjoos, não fique — essas cidades foram projetadas com a estabilidade em mente.
Quer saber mais sobre as cidades flutuantes? Continue lendo este artigo!
Como as cidades flutuantes surgiram?
Uma cidade flutuante é uma estrutura construída para flutuar na água. De fato, esse conceito existe há séculos, mas nunca foi viável até recentemente.
Com os avanços em tecnologia e engenharia, é possível construir sustentações que possam suportar tranquilamente o peso de edifícios e pessoas.
Inclusive, Manaus, capital do estado do Amazonas, já teve uma cidade flutuante nos anos 20. Na época, a cidade vivia uma crise financeira e a população mais carente da região acabou migrando para a margem dos rios de Manaus. Então, começaram a construir casas com toras de árvores que eram descartadas por madeireiros.
Segundo o Instituto Durango Duarte: a cidade flutuante, em sua versão primitiva, era um aglomerado de casas de madeira cobertas de palha do buçu, fibra leve e resistente. Toda a estrutura da casa, composta de cobertura, paredes, piso e varanda era posta sobre toras de madeira assentadas sobre “boias” de açacu. O peso fazia com que as “boias” afundassem por aproximados 1 metro, deixando a casa a 50 centímetros da água. Essas “boias” garantiam a segurança, a funcionalidade e a condição flutuante da casa.
Atualmente, ainda há em Manaus, sobre o rio Tarumã, alguns locais flutuantes, como comércios, bares e restaurantes, muito procurados por turistas que visitam a região. Aliás, existem até lugares particulares alugados para festas e outros eventos.
O Lótus Flutuante, por exemplo, é um espaço completo com capacidade para 25 pessoas e oferece até pernoite para seus visitantes.
Quais os benefícios de morar em uma cidade flutuante?
Existem algumas vantagens de morar em uma cidade flutuante. Sem dúvidas, os habitantes estariam imunes ao aumento do nível do mar.
Aliás, teriam mais áreas para desenvolvimento, visto que podem ser construídos sobre corpos d'águas existentes.
Além disso, as cidades flutuantes teriam seus próprios microclimas, sendo possível controlá-los para fornecer condições climáticas ideais durante todo o ano.
Uma cidade flutuante também conseguiria viver em harmonia com o ecossistema. Por exemplo, a instalação de recifes abaixo das plataformas pode abrigar animais marinhos, ajudando na limpeza da água e contribuindo para a regeneração do ecossistema.
Finalmente, as cidades seriam muito mais fáceis de evacuar no caso de um desastre natural ou outra emergência.
Existem desafios para construir uma cidade flutuante?
Inegavelmente, há desafios que devem ser superados antes que cidades flutuantes se tornem realidade.
O desafio mais óbvio é o financiamento; construir uma cidade inteira do zero é uma tarefa cara.
Porém, também existem desafios técnicos envolvidos no projeto e construção de estruturas robustas o suficiente para suportar o peso de edifícios e pessoas.
Por fim, existem barreiras políticas, pois qualquer proposta para criar uma cidade flutuante precisaria da aprovação dos países cujas águas ocuparia.
No entanto, a ideia de morar em uma cidade flutuante pode tornar-se realidade, já que os custos da terra e construção continuam aumentando e a ameaça das mudanças climáticas se intensifica.
Por certo, alguns arquitetos já começaram a explorar a viabilidade de construir cidades flutuantes e acreditam que elas existirão nas próximas décadas.
A ONU possui um projeto de cidade flutuante, chamado de Oceanix City, com capacidade para até 10 mil habitantes.
Segundo a Revista Galileu: a cidade conceitual Oceanix é formada por plataformas flutuantes interligadas que fornecem moradias e estruturas de negócios. Além disso, veículos elétricos futuristas semelhantes a cápsulas serão fornecidos para transportar pessoas da costa até o centro.
As cidades flutuantes serão uma tendência para o futuro?
Anteriormente, já citamos aqui que as cidades inteligentes seriam uma tendência para as próximas décadas. Mas e as cidades flutuantes? O que podemos esperar?
Não seria incrível ter uma cidade que pudesse se mover para seguir o sol ou para evitar o mau tempo? Ou se tivéssemos casas em planetas diferentes e pudéssemos viver em Marte, ou até mesmo no espaço sideral? As possibilidades são infinitas e, com toda a certeza, já existem algumas iniciativas ao redor do mundo.
Um arquiteto belga desenvolveu um projeto de cidade flutuante chamado Lilypad.
É uma verdadeira cidade anfíbia meio aquática e meio terrestre, capaz de abrigar 50.000 habitantes e convidando a biodiversidade a desenvolver sua fauna e flora em torno de uma lagoa central de águas brandas coletando e purificando as águas das chuvas. — Criador do projeto, Vincent Callebaut.
A Maldives Floating City é outro exemplo de protótipo de cidade flutuante. Como as Maldivas correm o risco de ficar debaixo d’água nos próximos 30 anos, a solução está sendo desenvolvida pelo governo.
Segundo o site do projeto: os desenvolvedores e arquitetos conceituaram um desenvolvimento urbano à prova de elevação do nível do mar de próxima geração, trazendo segurança e desenvolvimento para as Maldivas com uma mistura de tecnologia verde, segurança, viabilidade comercial e um novo estilo de vida saudável.
A X SEA TY é um esboço de cidade flutuante onde os seus prédios teriam fachadas cobertas de algas ou algum tipo de material fotossintético, com o intuito de aumentar a biodiversidade.
Além disso, a ação bioquímica dessas algas poderia transformar o CO2 em biodiesel, podendo ser reaproveitado como combustível.
Após conhecer todas essas ideias inovadoras, a pergunta é: você trocaria a sua casa na "terra" para morar em uma cidade flutuante?
Este artigo foi escrito por Adriana Wiechorek e publicado originalmente em Prensa.li.