A Rainha dos Ares
Amelia Earhart foi uma das maiores personalidades da história da aviação, cujo desaparecimento intriga todos aqueles que a conhecem até os dias de hoje. Amelia quebrou barreiras e inspirou jovens mulheres a seguirem a carreira de seus sonhos e conquistar seus objetivos, assim como a pilota.
Earhart nasceu no dia 24 de Julho de 1897, no estado americano de Kansas. Ela abandonou a faculdade durante a 1º Guerra Mundial para trabalhar como auxiliar de enfermagem num hospital militar. Lá ela conheceu aviadores e nasceu nela uma curiosidade intrigante sobre as máquinas voadoras. Desde cedo Amélia já se recusava a seguir os estereótipos de gênero da época, quando criança ela adorava praticar esportes, escalar árvores e brincar ao ar livre com sua irmã.
Seu interesse em voar só aumentou quando em 1920, a futura pilota voou como passageira durante uma visita em um campo de aviação na Califórnia com seu pai. A partir daquele momento, Amelia se apaixonou de vez por voar. No ano seguinte ela começou a ter aulas de voo, e sua primeira lição foi dada por outra aviadora pioneira, Anita Snook.
No mesmo ano, a jovem pilota comprou um biplano amarelo e deu-lhe o nome de “canário”, foi com ele que aos 25 anos estabeleceu o recorde feminino de altitude ao atingir mais de 4 mil metros. Ela ganhou seu registro de piloto em 1921, e a partir de então Amelia passou a acumular títulos em sua carreira.
Em 1928, Earhart se tornou a primeira mulher a cruzar o Atlântico de avião como passageira junto ao piloto Wilmer “Bill” Stultz e o copiloto Louis E. “Slim” Gordon. Quando pousaram no País de Gales, a mídia a transformou em um fenômeno e ela chegou a ser premiada pelo Congresso dos EUA com a Distinguished Flying Cross.
Seus feitos não pararam por aí, em 1932 Amelia Earhart realizou um voo solo pelos EUA, sobrevoando sozinha o Atlântico, tornando-se então a pioneira. Em consequência, este marco a transformou em uma celebridade mundial. Além dessas conquistas, Amelia trabalhou muito para proporcionar mais oportunidades para outras mulheres no ramo da aviação, que era visto como uma profissão masculina. Ela fundou a Ninety-Nines em 1929, uma organização que visa promover o avanço da aviação e inspirar mulheres a serem pilotas.
No entanto, ela queria ir além. Prestes a completar 40 anos, Amelia decidiu realizar um sonho: ser a primeira mulher a dar uma volta ao mundo pelos ares. Essa seria sua maior e última aventura. A primeira tentativa foi em março de 1937, a pilota partiu de Oakland na Califórnia, em direção ao sol poente, mas a viagem teve que ser interrompida devido a problemas técnicos. Earhart realizou uma segunda tentativa dois meses depois, e junto ao navegador Fred Noonan embarcou em um bimotor Lockheed Electra para realizar seu grande sonho.
O plano era realizar um trajeto de quase 50 mil quilômetros ao redor do globo. Ambos cruzaram cinco continentes em dois meses ー inclusive, a viagem incluía paradas em Fortaleza e Natal. Em 2 de julho, o Electra deixou a Nova Guiné rumo à Ilha Howland, no oceano Pacífico, dali o combinado era seguir para os Estados Unidos, faltando apenas 11 mil quilômetros para o fim da viagem.
Naquele dia o tempo estava chuvoso e nublado, ao contrário do que dizia as previsões metereológicas. Mais ou menos depois de mil quilômetros após a decolagem, o Electra enviou uma mensagem por rádio ao navio da guarda costeira que os aguardava ancorado no destino. “Acho que estamos perto de vocês, mas não conseguimos vê-los. O combustível está acabando”, disse Amelia.
Electra nunca pousou na ilha. A guarda costeira havia perdido o contato com o avião momentos antes do sumiço. Há diversas teorias sobre o que aconteceu, como o avião ficou sem combustível, Earhart perdeu a direção e aterrissou em uma ilha desabitada ou que Amelia e Fred Noonan foram capturados pelos japoneses após um pouso forçado.
Acredita-se que houve mais de 120 pedidos de socorro de Amelia pelo rádio, e apesar das extensas buscas que perduram até hoje, seus corpos nunca foram encontrados, tão pouco nenhum vestígio do avião.
Mesmo que as circunstâncias de sua morte sejam um grande mistério, o legado de sua carreira é claro: Amelia Earhart corajosamente ultrapassou barreiras e inspirou mulheres a seguirem seus objetivos.
Este artigo foi escrito por Bruna da Cruz Souza e publicado originalmente em Prensa.li.