Reflexão: O que aprendi com a pandemia
Isso porque muitas das medidas preventivas de saneamento e também de distanciamento social permanecerão na nossa sociedade e serão herdadas pelas próximas gerações, mesmo quando toda a população estiver imunizada. E mesmo com a imunização, o vírus continuará por aí, sofrendo mutações, e nada impede que uma nova variante ainda mais letal surja a qualquer momento.
Mas o objetivo deste texto não é trazer uma “mensagem do Apocalipse”, embora seja impossível abordar o tema sem uma perspectiva um tanto sombria. Mas sim, falar das boas lições que a pandemia trouxe, pra mim e certamente pra você, leitor.
Uma das principais lições que a pandemia trouxe, que na verdade foi uma confirmação dessa necessidade, é que precisamos cada vez mais cuidar do nosso corpo e da nossa mente. A imunidade baixa foi o principal fator pra que a doença causasse tantas mortes, e isto nos acende um alerta sobre a qualidade dos alimentos que colocamos em nossa mesa, visto que uma das principais causas de baixa imunidade é a má alimentação.
Cuidar da saúde da mente também é fundamental, pois experimentamos dias inimagináveis de reclusão total durante os períodos de lockdown, e tivemos de nos adaptar ao distanciamento social, um verdadeiro “desafio” para os mais populares e extrovertidos.
Outra grande lição que aprendi é que é fundamental que estejamos conectados, de alguma forma.
Se a pandemia nos tirou ainda que por algum momento a possibilidade de rever os amigos e entes queridos, a internet e as redes sociais foram fundamentais para que a sensação de solidão fosse diminuída também durante os lockdowns. Eu aprendi a valorizar ainda mais as pessoas e as amizades, e o quanto é importante demonstrar isso no dia a dia, mesmo que por uma breve mensagem de texto como: “Bom dia! Tudo bem por aí?"
Também aprendi que, independente de nossas crenças, é imprescindível que estejamos conectados ao Criador, muito mais de forma pessoal do que por meios intermediários. É esta “conexão” que traz a verdadeira paz quando a instituição religiosa faltar ou tiver que fechar as portas, ainda que momentaneamente.
E a maior lição que aprendi é justamente aquela que está em nosso meio a tanto tempo, mas parece ser a lição mais difícil de ser aprendida pela humanidade: é URGENTE que aprendamos a amar-mos e cuidarmos uns aos outros.
Se a principal forma de contágio da doença é justamente o símbolo de acordo entre as partes, ou seja: o aperto de mãos, eu não posso ser leviano com o meu próximo e não cuidar de higienizar tanto as minhas mãos quanto os objetos que compartilho, seja em casa ou no trabalho.
Se aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo sofrem de alguma doença respiratória, e no Brasil essas doenças atingem 44% (quase a METADE) da população, eu não posso ignorar este fato e me comportar como se só a minha vida importasse, não me comprometendo com as medidas sanitárias, não concordando em usar máscaras em público, não evitando estar em aglomerações, etc.
A pandemia deixou claro pra nós que, apesar de sermos seres individuais, fazemos parte de um coletivo e nossas mínimas ações refletem nas pessoas ao nosso redor. O vírus “embarcou” na nossa individualidade e nos fez praticamente de “parasitas”, nos usando como meio de propagação e contágio para se espalhar pelo mundo, destruindo famílias e arrasando economias.
E se é bom termos e exercermos uma fé verdadeira com o Criador, também é extremamente necessário ter fé na CIÊNCIA.
Não é que você tenha que acreditar cegamente em tudo o que dizem por aí (principalmente as grandes mídias!), mas negar fatos e métodos comprovados e apostar (literalmente) em crendices ou tratamentos sem qualquer comprovação de eficácia beira a insanidade. É primordial não só ter pensamento próprio, mas também ter discernimento pra saber separar o que é FATO do que é FAKE.
O mundo não vai mais voltar a ser o que era antes de 2019, mas a vida pode ser até melhor do que era antes. Basta que pra isso cada um de nós resolva sermos cidadãos melhores e ensinemos nossos filhos a também serem cidadãos melhores.
Imagem de capa: Eliezer J. Santos. Disponível em pexels.com
Este artigo foi escrito por Eliezer J. Santos e publicado originalmente em Prensa.li.