Robin é Bi, e isso é muito maior do que você imagina
Passaram-se apenas alguns meses desde que anunciaram que o Lanterna Verde original é gay, e agora a DC Comics pegou outro amado personagem, sempre apresentado como heterossexual, e revelou sua orientação sexual.
Tim Drake, o Robin, é bissexual. Eu sei o que eles dizem: “Eles estão tentando arruinar os quadrinhos. Ninguém se importa. Querem acabar com as HQs com todos estes personagens queers!”
Não vou pregar aqui, ou tentar apelar para a empatia. Essa abordagem claramente não está funcionando. Mas vou oferecer outra perspectiva.
Se você estiver disposto a ler sobre isso, acho que será capaz de entender por que eu, como uma mulher branca e heterossexual, que adora quadrinhos, estou empolgada para ver uma representação melhor.
Em primeiro lugar, algumas pessoas são apenas intolerantes. Se o novo status de bi do Robin te deixa louco de raiva porque você simplesmente odeia a comunidade LGBTQIA+, então não tenho nada a oferecer.
Você não pode impedir que o progresso aconteça e, à medida que envelhecer e ficar com mais raiva, sofrerá ao ver o mundo se tornar um lugar mais seguro e amoroso para as pessoas LGBTQIA+.
Mas não acho que você seja essa pessoa. Eu sei que a grande maioria dos amantes de quadrinhos que se irritam com a representatividade não se consideram homofóbicos. E essa irritação tem um "q" de ciúmes. Vou te explicar o porquê.
Para que a indústria se torne mais inclusiva para diferentes raças, gêneros e orientações sexuais, ela precisa se tornar menos exclusiva para homens brancos heterossexuais.
É por isso que às vezes escutamos as pessoas descreverem jogos e histórias em quadrinhos como "espaços masculinos".
Algumas pessoas se sentem realmente ameaçadas por uma representação mais abrangente, porque permitir que mais pessoas participem desses hobbies significa que eles não pertencerão tanto a elas. Esse grupo sabe que a representação importa, a questão é: eles querem toda a representação.
Mas é preciso deixar de lado esse egoísmo. Veja bem, tem gente que está muito feliz com as novidades do Tim Drake. Basta pesquisar o nome dele no Twitter e você verá toneladas de fan arts, comemorações e comentários positivos.
É concebível, talvez até inevitável, que algumas pessoas que nunca leram uma história em quadrinhos de Tim Drake antes escolham Batman: Urban Legends #6 para ver do que se trata após tantos comentários.
Alguns deles vão querer aprender mais sobre esse tal de Tim Drake também. Eles vão começar a procurar edições antigas de Jovens Titãs.
Talvez eles cheguem ao Future State ou leiam o último arco da série do Asa Noturna. Pessoas que não leem quadrinhos vão prestar atenção agora, e alguns deles se tornarão fãs.
É por isso que a inclusão deve ser do seu interesse. Queremos mais pessoas lendo quadrinhos porque isso significa uma indústria maior e mais saudável. Pelo menos eu, que não quero o mundo dos quadrinhos só pra mim e pra gente igual a mim, prefiro mais dessa representação.
Mais pessoas comprando quadrinhos significa que mais histórias serão feitas, o que também significa que haverá mais quadrinhos de que você gostará.
A representação é de interesse coletivo, se você deseja que os quadrinhos prosperem. Mesmo que para você a representação não seja de grande valia, saiba que ela é boa para todas as outras pessoas.
A autodescoberta do mais querido Robin não o faz tão diferente quanto imaginamos. Ele continua sendo o herói de sempre, só que mais forte e muito mais preparado para enfrentar Gotham City porque ele sabe quem ele é.
E, dessa vez, ele não está sozinho.