Saudade: é possível enganar nossa mente?
Saudade, quanta saudade. Sentimento que produz aquele frio intermitente em nossos corações. Produz arrepios só de lembrar daquela pessoa, daquele momento. Sentimento impossível de determinar os sintomas. Para uns alegria, lembrança de um belo momento vivenciado. Para outros, e muitos, uma ansiedade descontrolada, que provoca um turbilhão de emoções, que afloram a qualquer momento, mas quase sempre a todo tempo.
Ah, que coisa boa, as distâncias não são como eram antes. Mas, ainda assim, há limites às barreiras quebradas. Nossa mente é incrivelmente capaz de reproduzir muitos momentos e ativar nosso paladar, olfato e tato, com um simples gatilho, uma singela faísca, mas que pode provocar um belo estrago. Saudade. A solução que temos é passageira, pois ela não demora a bater à nossa porta.
Mas será que a saudade pode ser amenizada? Talvez. Há uma infinidade de possibilidades de “matar a saudade" sem estar ao lado daquela pessoa que não sai do nosso pensamento, “que é fogo que arde sem se ver”, como diria o poeta português. Se você quer enganar sua mente, aí vai uma dica. Recrie o momento. Reproduza o olfato, tato e até o paladar que lhe traz essa lembrança. Engane sua mente. Passe uma venda em seus olhos. E, reviva o momento. Se a saudade for de uma pessoa, também há solução. Recrie, também, um momento com ela que lhe traga boas lembranças. Novamente, engane sua mente. Ligue para ela. Vende seus olhos. E, sua mente será capaz de fazer o restante.
Quem diria, que a saudade poderia ser um sentimento tão avassalador que transformaria as fronteiras da comunicação, da tecnologia. Mas é claro que nada melhor do que um emocionante e caloroso abraço físico, apertado e gostoso. Que pena, nem sempre é possível. Porém não fique aflito, essa situação há de passar.
Imagem de capa - Há infinitas coisas complexas, mas nada se equivale a nossa mente. Créditos imagem: Getty Images Pro, Canva.
Este artigo foi escrito por Jeferson Scheibler e publicado originalmente em Prensa.li.