Se o que fizemos foi certo, porque tudo parece tão errado?

Se o que fizemos foi certo, porque tudo parece tão errado?

Falhamos lamentavelmente como espécie.

Confesso que gostaria de escrever belos versos sobre amor, mas...

Como é que eu vou falar de amor num mundo cheio de ódio?

Eu mesmo não acredito no amor.

Não nesse amor romântico.

Quanto mais eu penso sobre como estamos e o que fizemos, mais sombrio me torno.

Criolo foi cirúrgico no verso.

"Não existe Amor em SP"

Gostamos de dinheiro, não de sentimentos nobres.

Pelo menos a maioria de nós.

Tem uns que preferem um terreno cheio de árvore e planta do que uma conta bancária recheada.

Esses são chamados de loucos, ou considerados não civilizados.

É curioso que aqueles que se chamam de civilizados, não sabem conversar e frequentemente

recorrem ao uso da força quando são vencidos na argumentação.

Você já se perguntou:

Onde foi que erramos?

Porque chegamos ao ponto de ter que correr pra achar um outro planeta pra colonizar, numa fuga desesperada do planeta que destruímos?

Pra quê colonizar outro planeta, se não consiguimos sequer viver em paz nesse?

Sabe aqueles filmes em que os aliens vão de planeta em planeta pra pegar o que querem e destruir o resto?

Pois é, esses aliens do mal somos nós.

Somos nós que desejamos reduzir a nada tudo o que seja diferente de nós.

Acho que esse é o ponto, talvez...

A raiz de todos males.

Salomão disse (eu acho que foi ele) "o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males"

Mas não acho que seja o amor ao dinheiro.

Entenda.

Não estou dizendo que o amor ao dinheiro não é ruim.

Mas é que talvez a ganância seja apenas um dos frutos desse mal.

Essa nossa necessidade de mandar na vida do outro, de se achar melhor que o outro, esse narcisismo.

Esse sentimento de importancia que temos, acho que é a raiz de todos os males.

Ou, talvez, todos os males não sejam frutos de uma mesma árvore?

Talvez...

Humanos...

Sua ruína será essa sua prepotência e arrogância em achar que pode pegar o que quer, custe o que custar.

No fim, o custo será sua existência.

JVS

Este artigo foi escrito por Jessé Vinicius e publicado originalmente em Prensa.li.