“Terceira Guerra Mundial”: os EUA já estão em guerra
Imagem: Drone MQ-9 Reaper
A utilização de armas de fogo pelos colonizadores europeus foi fundamental para a dominação de povos autóctones de África, Ásia e América durante o período colonial e neocolonial.
As armas nucleares deram início a uma nova era dos conflitos bélicos durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente, o uso de drones armados pelos EUA contra o “terror”, pode ser considerado um divisor de águas para a ciência militar.
Os drones, geralmente, são menores que as aeronaves de guerra tradicionais. Eles voam de forma mais lenta e muito mais baixo, ou seja, muitas defesas aéreas não estão aparelhadas para combatê-los.
A Guerra de Drones
Os EUA já estão em "guerra mundial" há muito tempo. Os estadunidenses fazem uso de drones - o MQ-1 Predator e MQ-9 Reaper - para exterminar supostos terroristas em toda parte do globo.
Em países em conflito como Afeganistão e Iraque, mas também em países que sequer estão em guerra com os ianques, como Somália, Iêmen e Paquistão.
Só neste último, os EUA executaram cerca de 3.470 paquistaneses de 2004 a 2012. Digo paquistaneses e não terroristas, pois os americanos quase nunca têm a certeza de que o alvo é de fato um terrorista. Já foi comprovado o assassinato de inúmeros inocentes.
Como se não bastasse o extermínio do alvo inocente, o míssil AGM-114 Hellfire utilizado nessas execuções destrói tudo num raio de 15 metros. Isto é, nesse caso, matando mais inocentes sem nenhum tipo de pudor dos algozes.
E o que é pior, por se tratar de uma guerra irregular, os estadunidenses cometem essas atrocidades sem nenhuma punição do Direito Internacional. Na verdade, é notório as contradições dessas práticas de conflito, porém, os EUA atuam incólumes num limbo jurídico.
Outros países também desenvolveram a tecnologia de drones, como China e Rússia. Drones russos e chineses são comercializados com países do Terceiro Mundo. Até porque um drone é muito mais barato do que um caça moderno.
Apenas os EUA, no entanto, utilizam drones contra países que não estão oficialmente em guerra com o país, sem nenhum tipo de retaliação por parte das Organizações Internacionais Governamentais.
Essa carnificina perpetrada pelos estadunidenses é quase completamente ignorada pela mídia tradicional no Ocidente. Obviamente, por as vítimas serem oriundas de países subdesenvolvidos de população predominantemente muçulmana.
Desde os Atentados de 11 de Setembro houve uma ascensão do processo de demonização de árabes e muçulmanos estimulada pela mídia e indústria cultural ocidentais. Esses povos são tachados de fanáticos e terroristas.
Portanto, mesmo que fossem diariamente noticiados esses ataques covardes realizados pelos americanos, quando se desumaniza o outro, não há empatia pelo seu sofrimento e é muito mais fácil a sua eliminação sem a comoção internacional.
Este artigo foi escrito por Célio Roberto e publicado originalmente em Prensa.li.