Teremos uma internet mais acessível para pessoas com deficiência com as mudanças de diretrizes?
Muitas pessoas com deficiência acessam a internet e por consequência, exige mais acessibilidade como exigência para algumas deficiências. Segundo o Instagram do blog Vencer Limites – vinculado pelo jornal Estado de S. Paulo – o Consorcio Wold Wede Web (W3C) fez uma atualização dentro das Diretrizes de Acessibilidade de Conteúdo da Web para dar uma mais autonomia e independência a pessoa com deficiência.
Isso porque, muitas deficiências precisam de adaptações para serem usadas pelos usuários com alguma deficiência. No mesmo post, a autor diz que atualmente, os índices de acessibilidade digital do Brasil (internet brasileira) são as piores possíveis no aspecto acessibilidade. Um levantamento da TIC Web Acessibilidade / Ceweb,br mostra que somente 0.7 % dos portais de notícias e os sites sob o domínio gov.br (federais, estaduais e municipais) tem alguma acessibilidade.
1 – As mudanças importantes
As mudanças seguem com algumas normas importantes, pois, em se tratando de deficiência, cada uma usa uma acessibilidade única e que tem a ver com sua dificuldade.
Arrastando (Nivel AA): interações que envolvem arrastar o ponteiro na tela devem ser substituídas por ações de toque único ou cliques sem arrastar. Exceção para quando o movimento de arrastar seja essencial.
Ajuda Localizável (Nível A): Ajuda para a pessoa localizar informações ou executar tarefas no site, como mecanismos de contato automatizado, formas de entrar em contato com ajuda humana e opções de autoajuda.
Pontos de Referência Fixos (Nível A): Encontrar referências de conteúdo dentro das páginas tem de ser uma tarefa fácil.
Foco Visível Mínimo (Nível AA): Melhores especificações para a pessoa usar o modo de foco no site, com tamanho ideal para a área de foco, contraste entre o elemento que recebe o foco e o resto da página, cores e espessura da borda.
Foco Visível Aprimorado (Nível AAA): Ativado quando os elementos recebem um foco maior.
Controles Escondidos (Nível AA): Controles para a pessoa navegar totalmente visíveis.
Espaçamento de Alvo do Ponteiro (Nível AA): Elementos como o ponteiro do mouse devem ter mínimo de 44 pixels de altura e largura.
Entrada Redundante (Nível A): Preenchimento de formulários e inscrições mais fácil, reduzindo a solicitação de dados preenchidos. Exceção para questões de segurança.
2 – Isso é o bastante?
Como Técnico de Informática (TI) – formado em 2012 – sabemos que tem como acessibilizar e como fazer sites melhores em navegação. No Instagram w3csp, há dicas para programadores terem mais facilidade na hora de construir um site com mais acessibilidade. Segundo eles, uma das barreiras mais comuns que existem para as pessoas com deficiência ter uma melhor interação na hora de acessibilizar a Web é a fata de um canal de comunicação com o usuário – principalmente, quando se trata de redes sociais ou sites do governo – por meio do qual se pode apontar problemas de acessibilidade.
Mesmo o porquê, nenhum site de internet pode ser considerado perfeito para todos os usuários e contextos. Por isso mesmo, se recomenda que sites criem uma comunicação com o usuário um canal que seja acessível, informando as técnicas de acessibilidade utilizadas e facilitando o feedback do usuário para a implementação da melhoria dele.
Mas, será que isso pode ser considerado o bastante para acessibilizar um ambiente? A construção de um site – seja a linguagem que for – deve ter uma semântica que possa funcionar na hora da construção de um site. Acontece, muitos programadores desconhecem esse tipo de semântica, e constroem o que a maioria consegue acessar. Também, muitas empresas, desconhecem essas normas e o poder público não se dá o trabalho de conhecer. Por isso – como a maioria das pessoas com deficiência – sou cético em certas coisas e a maioria também é.
É de extrema importância uma internet acessível e que se tenha muita facilidade para pessoas, como eu, que tenham deficiência. Como já foi dito, meios tecnológicos e semânticos são fartos dentro de uma ótica desse nicho, falta vontade. Não é de hoje – não só o blog Vencer Limites – vem trazendo não só essas dificuldades, mas, outras muito mais práticas que podem ser fáceis de se resolver. Então, por que não se resolver? Falta vontade.
A vontade sempre passa na empatia das pessoas, muitas vezes, que desconhece as condições e necessidades desse tipo de dificuldade. Mesmo o porquê – é uma tendencia humana e é bem acentuada aqui na nossa cultura – sempre há uma preferência daquilo que é mais fácil, aquilo que não atrapalha a rapidez que as coisas são construídas aqui. Se tem a acessibilidade ou são pessoas que passam por isso, ou são pessoas que tem casos na família.
Este artigo foi escrito por Amauri Nolasco Sanches Junior e publicado originalmente em Prensa.li.