O intuito da palalestra "Think Global, Act Local: A Model for Open Finance Success in Brazil" é justamente apresentar experiências regulatórias globais relevantes para o contexto brasileiro, ou seja, trazer lições do mundo real das implantações e indicar exemplos de como tais modelos podem ser aproveitados pelo Open Banking no país. Para Seshika Fernando da WSO2, trata-se de reconhecer os acertos e erros de outros modelos, para assim alcançar um sistema de qualidade, tendo como foco a figura do consumidor.
Em qualquer debate sobre como o Open Banking foi implantado em outros países é quase impossível não se mencionar o Reino Unido, pioneiro nesse sistema. Seshika Fernando comenta que tal modelo foi um acerto, tendo sido bem definido e execultado.
A adoção no Reino Unido foi feita tanto de pessoas físicas quanto jurídicas. Um dos grandes facilitadores do sistema foi o Open Banking Implementation Entity (OBIE), órgão criado para criar consenso entre o setor financeiro, o governo e os clientes.
Porém o restante da Europa, não teve tanto sucesso com a implantação do Open Banking. Muitos dos países europeus apresentavam lacunas em seus padrões e a baixa interoperatividade acabou por impactar de forma negativa na sua adoção.
Outros modelos mencionados por Seshika Fernando pertencem a Cingapura, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá. Este último apresenta um longo processo de revisão do Open Banking, que sofreu mais atrasos em função do COVID-19.
Foi em 2018 que o Departamento de Finanças do Canadá criou Comitê Consultivo sobre Open Banking, a fim de investigar se o país deveria seguir os passos do Reino Unido.
No caso do sistema brasileiro, este tem encaminhado do modelo Open Banking para o Open Finance, e com base nisso Seshika Fernando apresenta alguns pontos de atenção:
Reuse o que você tem;
Cultura precisa de alinhamento;
O processo de implantação de Open Banking está atrelado a Transformação Digital.
Seshika Fernando também comenta sobre os 5 aspectos principais para criar uma estratégia de Open banking de excelência:
Tecnologia — Procure entender primeiro as metas do seu negócio, para assim alinhá-la a sua estratégia digital.
Padrões de adoção — Entenda os padrões e envolva os reguladores.
Ecossistema — Coloque em prátca seu plano de engajamento e matenha o foco no alinhamento dos seus objetivos.
Alinhamento interno — Compreenda sua maturidade digital e projete um roadmap para construir capacidade.
Inovação — Foque no consumidor e escolha um modelo de inovação.
Acima de tudo isso, os bancos precisam compreender seu nível de maturidade perante a Transformação Digital. Sendo a jornada de maturidade formada por 4 fases:
1. Conformidade obrigatória com Open Banking Desafios envolvendo a plataforma, integração do sistema e qualidade dos dados. 2. Agregar valor dentro do cumprimento obrigatório Envolve a experência do desenvolvedor, intergração de parceiros, dados de alta qualidade e APIs confiáveis. 3. Agregar valor além do cumprimento obrigatório Adiciona-se novas APIs (internas e de parceiros) e uso de modelos flexíveis. 4. Transformação Digital Envolve adoção de produtos, comportamento do consumidor, gerenciamento do ciclo de vida das APIs e monetização.
Quer saber mais? Acompanhe a palestra de Seshika Fernando para descobrir mais sobre os pilares que regem o Open Banking de excelência.
Este artigo foi escrito por Seshika Fernando e publicado originalmente em Prensa.li.