Tiro, Porrada e Bomba (Crítica Com Spoilers)
Após o fracasso da Liga da Justiça de 2017, a DC lançou dois bons filmes (Aquaman e Shazam), um mediano (Mulher-Maravilha 84) e teve Aves de Rapina. Esse fantástico filme foi o primeiro, com exceção de Coringa, que não é pertencente ao Universo Estendido, a ser lançado oficialmente com a classificação R ou, para nós, +18. E graças a ele que O Esquadrão Suicida foi possível.
Com direção e roteiro de James Gunn, Esquadrão vai além do já citado Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa no quesito violência. O filme já tem seis mortes logo nos primeiros 11 minutos. E a maioria de uma forma bem visceral.
Os únicos sobreviventes, aparentemente, foram Rick Flag (Joel Kinnaman) e Arlequina (Margot Robbie). Até ser revelado que havia uma segunda equipe, que aproveitou a “distração” causada pela a primeira e invadiu a ilha pelo outro lado. Entre eles, estavam Sanguinário (Idris Elba), Pacificador (John Cena), Bolinha (David Dastmalchian), Caça-Ratos 2 (Daniela Melchior) e Tubarão Rei (Voz: Sylvester Stallone/captura de movimento: Steve Agee).
A missão deles era de ir a Ilha de Corto Maltese e destruir um perigoso projeto científico chamado Estrela Do Mar, em uma instalação chamada Jotunheim, junto com qualquer registro de que ele tenha existido. Mas sendo ordens de Amanda Waller (Viola Davis), já sabemos que tem algo mais sujo escondido por trás disto.
A história segue enquanto a segunda equipe tem a nova missão de resgatar Rick Flag. Nisto, se inicia outra sequência hilária e sangrenta com os vilões matando membros de um grupo de guerrilheiros das formas mais violentas e absurdas possíveis em meio a uma competição entre o Pacificador e o Sanguinário para ver quem é o melhor assassino. Isso tudo para descobrirem que Rick, além de não estar em perigo, tinha feito uma aliança com a líder dos guerrilheiros, Sol Soria, interpretada por Alice Braga.
Crise resolvida, o Esquadrão se une com o grupo de guerrilheiros, os que sobreviveram, e partem até a cidade para resgatar a Arlequina, sequestrada pelo exército do Major General Mateo Suarez (Joaquin Cosio) e do ditador Silvio Luna (Juan Diego Botto).
É nesse momento que aparece outro personagem importante: Milton (Julio Cesar Ruiz)! Voltaremos a ele em breve. Durante o percurso, conhecemos mais do passado de alguns personagens. Até de alguns que, à primeira vista, seriam dispensáveis.
Como é o caso do Bolinha, cuja mãe era uma cientista dos Laboratórios STAR e tinha a pretensão de transformar os seus filhos em super-heróis, usando eles como cobaias de suas experiências e causando um trauma tão grande no vilão que ele, literalmente, via a sua progenitora em todo lugar.
Um desses momentos vergonhosos do Bolinha pode ser visto na primeira parada deles em uma boate (onde toca músicas brasileiras!) para capturar O Pensador (Peter Capaldi), um vilão que trabalhava para o Governo de Corto Maltese e seria o meio de invadir Jotunheim. Enquanto esperavam por ele, o grupo resolveu relaxar, beber e dançar. É quando vemos Bolinha dançando e vendo todos em sua volta, na pista de dança, com a aparência de sua mãe.
Outra das cenas mais engraçadas (e, mesmo já tendo visto ela no trailer, eu ri) é justamente o “resgate” da Arlequina. Flag e os demais estavam empenhados a invadir a mansão de Luna quando, de repente, surge a Arlequina, que havia escapado sozinha após ter matado o Ditador na noite anterior e sofrido tortura nas mãos do Major General.
A partir daí, vocês pensam, o filme se encaminha para o final, certo? Errado! Muitas reviravoltas aparecem, traições e mortes. Milton, que citei anteriormente, morre. Ele esteve com o grupo desde a saída deles da floresta de Corto Maltese. Era uma espécie de guarda-costas deles. E a sua morte foi tão memorável e hilária que virou meme nas redes sociais.
Então, o vilão principal aparece: Starro, O Conquistador. O motivo da missão deles. Posso dizer que, quando soube que ele estaria no filme, foi um misto de surpresa e aquele momento tipo “Ah, faz todo sentido!”. Afinal, é um filme do James Gunn e sabemos que ele se tornou um expert, desde Guardiões da Galáxia, em trazer personagens obscuros à luz. Obscuro no sentido de quem não tem o costume de ler as HQs, pois Starro foi o primeiro vilão da Liga da Justiça nos quadrinhos.
Com a destruição de Jotunheim e o aparente sumiço dos arquivos, que provavam o envolvimento do governo norte-americano no projeto, Amanda deu como concluída a missão e ordenou que o Esquadrão se retirasse do país. O que eles não fizeram. Nessa hora, outro grupo brilha: Os assessores de Amanda Waller.
Para impedir que ela estourasse a cabeça dos vilões, a assessora pessoal dela chama Flo Crawley (Tinashe Kajese) a acerta na cabeça com um taco de golfe e assume o controle da missão com os seus colegas, coordenando a equipe de campo.
Por fim, Sanguinário, Arlequina, Caça-Ratos 2 e Tubarão Rei (os únicos sobreviventes da equipe) salvam o dia e conseguem se livrar do controle de Amanda Waller, a chantageando, algo que eu achei bem pensado.
Não saiam do cinema, pois ainda tem duas cenas pós-créditos! A primeira mostra que há uma quinta sobrevivente: a Doninha, que ficou esquecida na praia e dada como morta por afogamento. Provavelmente, deve tá aterrorizando Corto Maltese. Já a segunda cena, aí vocês terão que conferir com os próprios olhos.
Visceral, explosivo, engraçado, emocionante e completamente louco! O Esquadrão Suicida é tudo que vocês podem esperar de um filme do James Gunn e muito mais!
O Esquadrão Suicida já está nos cinemas e estará disponível na HBO Max em 9 de setembro.
Imagem de capa - Divulgação
Este artigo foi escrito por Fabio Farro de Castro e publicado originalmente em Prensa.li.