Uma Esposa Atípica
Oi. Eu sou Bárbara.
Sim, eu SOU Bárbara.
Mas, vocês ainda não estão prontos para essa conversa.
Chegaremos lá.
Por enquanto, vocês precisam saber o que é um Casamento Neurodiverso com Deficiência Múltipla.
Para isso, vocês precisam aprender um tanto de coisas antes.
São elas:
Quem sou e o que faço;
O que é deficiência;
O que é deficiência multipla;
O que é neurodiversidade;
O que é acessibilidade; e
“OXI!? E SURDO TREPA!?!?”. A pergunta mais desrespeitosa, capacitista e machista que o meu marido já recebeu na vida…
Como vocês podem perceber, temos muuuuito o que conversar. Afinal, cada um desses temas é bem profundo, interessante e pouquíssimo conhecido da maioria das pessoas, mas faz parte do meu dia a dia há mais de 20 anos.
Então, eu te convido a me acompanhar aqui pela Prensa nessa jornada cheia de aventuras incríveis, informações importantes, momentos de extrema “cringidez” com requintes de crueldade, boas risadas, descobertas hilariamente infames e um tantinho assim de militância pelos direitos das pessoas com deficiência porque Lumena autorizou.
Por hora, saibam que sou Bárbara Barbosa, mulher cis negra sem deficiência, Especialista em Acessibilidade em Ambientes Culturais, Produtora Cultural, Tradutora Intérprete de Libras, uma das realizadoras do primeiro evento cultural acessível para pessoas com deficiências diversas do Distrito Federal e Entorno, Palestrante, Consultora de Acessibilidade, Ativista por Direitos Humanos.
Casada com Joaquim Emanuel Barbosa, homem cis branco, Surdo Bilateral Neurossensorial Implantado,Bilingue (Libras e Português), Autista, TDAH, Superdotado, Empresário, Presidente da Associação Brasileira dos Surdos Oralizados e vice-Presidente da Organização Nacional da Diversidade Surda. Somos casados há exatos 16 anos, sendo que temos 22 anos de relacionamento, comemorados no dia 10 de março deste ano de 2022.
A nossa história já é atípica por si só. Parece até coisa de novela. Dava mesmo um filme, sabia?
Nós quase, quase, quaaaase nos encontramos por diversas vezes ao longo dos anos. Até que um dia, eu fui parar na porta do apartamento dele com meu amigo. Sabe aquela cantiga de roda: “um homem bateu em minha porta e eu abri”? Pois é.
Esse meu amigo era namorado da irmã dele.
Quando ele atendeu a porta, nos encontramos finalmente, nos olhamos pela primeira vez e foi…
RANÇO À PRIMEIRA VISTA!!!
Sim, meus amores.
Nós nos tornamos inimigos ali.
Longa história está muito bem explicadinha bem aqui.
Essa série de reportagens até ganhou o prêmio Esso! Chique no úrtimo!
É muita história, minha gente… Mas, de pouquinho, em pouquinho, com muito bom humor e “causos” a gente vai trilhar esse caminho juntos.
Será um grande prazer estar com vocês nessa jornada.
Abraços anticapacitistas.
Este artigo foi escrito por Bárbara Barbosa e publicado originalmente em Prensa.li.