Você implantaria um chip no cérebro? Isso já aconteceu
A manchete pode parecer bizarra a primeiro momento, ou no mínimo, um episódio de Black Mirror, mas na realidade, a cirurgia já aconteceu.
Na realidade, isso não tem a ver com um episódio de Black Mirror, mas sim, com o conto “O Gorro” do Philip Dick, pois, literalmente, a tecnologia permite ler pensamentos.
Que Elon Musk é um bilionário um pouco excêntrico, a maioria concordaria com tal alegação, no entanto, o artigo e o segundo lugar vai para… Musk! parece que já previa que não somente a Tesla estaria decrescendo no ranking da tecnologia, bem como, demais empresas do bilionário.
Enquanto a empresa do Musk ainda espera a aprovação do FDA (Federal Drug Administration) para começar os testes em humanos, a sua concorrente direta conseguiu tal feito ainda em 2021, e já o colocou em prática.
A Synchron implantou o primeiro chip nos EUA dentro do cérebro de um paciente com o objetivo de possibilitar a comunicação do individuo através do dispositivo, o qual iria traduzir seus pensamentos e comandos, enviá-los para um computador, e redigir e-mails.
Essa StartUp já implementou dispositivos em quatro pacientes na Austrália, nenhum deles teve efeitos colaterais, além de terem conseguido enviar mensagens via WhatsApp. A companhia conseguiu sair na frente da Neuralink (empresa do Elon Musk) e realizou o primeiro procedimento nos EUA. Enquanto o "ex-quase dono do Twitter" ainda não recebeu aprovação do FDA para realizar a cirurgia e testar a tecnologia, a Synchron está literalmente rompendo com o estado da arte.
Mas o que esse Chip Faz?
O foco da tecnologia é para aquelas pessoas que perderam a capacidade de se comunicar devido à alguma doença, como por exemplo, a esclerose amiotrófica lateral. Dessa forma, o chip “transforma” o pensamento do paciente em mensagem de texto, o qual é enviado via e-mail ou Whatsapp para sua rede de contatos, possibilitando, então, uma melhor qualidade de vida.
Como é feito o procedimento?
Fundada em 2016, a Synchron chamou a atenção da população pela facilidade e segurança na cirurgia de implantação do dispositivo no corpo humano. O médico faz uma incisão no pescoço do paciente, coloca o Stentrode (pequena matriz de elétrons) pela jugular por meio de um cateter, o qual é removido, e o dispositivo começa a funcionar.
De acordo com Majidi, o processo é muito similar ao de um Stent Coronário, e leva pouco minutos. O segundo procedimento é conectar o Stentrode a um dispositivo computacional implantado no peito do paciente. Para a realização dessa cirurgia, é necessário criar um túnel para passar o fio, criado dentro da pele do paciente, processo bem similar ao do marca-passo. Após o segundo procedimento, o stentrode lê os sinais dos neurônios, e o dispositivo computacional amplifica esses sinais, mandando-os para um computador via bluetooth.
Bem, parece que as ficções de Philip Dick estão se tornando realidade, afinal, estão de alguma forma, moldando a realidade. Enquanto o conto AutoFab está interligado com a utilização de robôs no mercado de trabalho, o conto O Gorro está sendo utilizado não para fins políticos, mas sim, sociais.
É importante relembrar que no episódio intitulado “The Entire History of You” da série BlackMirror, é demonstrado a possibilidade de revistar o passado através de um implante ocular, que funciona como um flashback gravado. Bem, parece que nesse caso, a ficção científica se tornou mais ou menos realidade, já que, o foco da tecnologia não é revisitar o passado, mas sim, dar a possibilidade de visitar o presente de uma outra forma, através da leitura de pensamentos (literalmente)
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Este artigo foi escrito por Maria Renata Gois e publicado originalmente em Prensa.li.