Você investe em conhecimento associado ao desenvolvimento de novas habilidades?
Vamos falar um pouco sobre o futuro (ou já presente? rs) das competências humanas para o trabalho profissional e trazer um olhar simples que pode ser um caminho utilizado para tornar-se um profissional que possua o perfil híbrido tão sonhado pelas empresas.
Todo mundo já ouviu a frase: "Chama o fulano da TI que ele resolve." É de conhecimento da maioria dos leitores que os departamentos de tecnologia da informação trabalham com atuação oblíqua passando a ser uma área de apoio às outras em muitas atividades, sustentando a parte tecnológica que envolve a rotina desses departamentos.
Ainda há casos mais específicos em que o recurso de TI acaba por conhecer as regras de negócio tão bem quanto a área responsável pelo processo/rotina. Isso porque ele acaba por acompanhar a implantação, implementação, integração e validação de rotinas em softwares pautadas em regras de negócio dessas áreas, o que, consequentemente, faz parte da sustentação diária da área de TI.
Se destaca nas empresas o profissional, independente da área, que possui o conhecimento avançado dos procedimentos operacionais padrões e domina como produzir e reproduzir as rotinas nas ferramentas de trabalho, ou ainda, realizar pequenas modificações sistêmicas que permitam mitigar a dependência do suporte tecnológico no dia a dia.
Por isso, vemos cada vez mais profissionais de outros setores que não tecnologia realizando cursos de ferramentas ou metodologias que, plugadas no contexto de atuação das suas rotinas, agregam para acelerar e facilitar a realização do trabalho.
Habilidades do futuro
Algumas competências profissionais esperadas no futuro exigirão das pessoas caraterísticas bem mescladas entre Soft skills e Hard skills. Talvez, entre elas, existirão habilidades que, para alguns líderes, será necessário pinçar no mercado com o apoio dos headhunters pois, mais difícil ainda, será formar profissionais que possuam estas habilidades e seus sucessores.
Se você não possuir pelo menos uma de cada tipo, pode ser que você seja vencido na corrida corporativa. Perceba que estamos lendo que as habilidades de tecnologia são muito menos esperadas que as reações e habilidades cognitivas. Isso talvez explique o crescimento absurdo da utilização de ferramentas nos últimos 3 anos de No-Code / Low-Code, das quais falaremos em outra leitura. É claro que a pandemia acelerou muito o uso delas, neste ponto, podemos pensar que o básico do reconhecimento cognitivo para o uso da tecnologia já virou conhecimento empírico e está no DNA da maioria das pessoas no mundo corporativo, ao ponto de um analista "x" reconhecer as possibilidades com conhecimento prático de uma tarefa humana "y" ser automatizada.
Dependendo da camada discutida, este profissional falará em termos como "RPA", "Integração", "Conecta de um para o outro lado", "WebService", "API" entre outros. Com isso em mente, é preciso se preparar para o que vem pela frente, pois o básico de noções sobre tecnologia já é passado para muitos.
É claro que saber que é possível não quer dizer que a pessoa saiba como fazer, porém, se você está do outro lado do balcão, é você o responsável pelo "como fazer". Este comportamento dos profissionais no mundo corporativo vem com a evolução da compreensão dos artifícios tecnológicos, fazendo com que cada vez mais a agilidade esteja presente no repertório tecnológico.
Neste aspecto, filosoficamente falando, a tecnologia é o meio e não o fim, estando a capacidade cognitiva e linguagem no uso da tecnologia diretamente ligadas com a percepção do resultado a ser entregue, em muitos casos, mais importante do que a tecnologia em si.
Não espere, faça hoje
Sabendo que será um desafio para todos nós acompanhar a evolução e migração dessas habilidades, sugiro que o leitor foque em desprender-se cada vez mais dos pensamentos tradicionais corporativos e, aos poucos, vá migrando para territórios ainda não navegados por si mesmo. Vou deixar alguns exemplos sem aprofundar em ferramentas e sim nas questões:
Se você tem tarefas sob demanda, saia do papel e vá para um controle de tarefas online qualquer (Trello, Miro etc.), isso pode te dar uma visão melhor de onde gastar melhor seu tempo.
Se você utiliza algum ERP, evite uso de manipulação de arquivos, solicite integração de dados para TI e tenha mais tempo para análises do que manipulações.
Se hoje você faz uma tarefa que para conclusão utilize acima de 30% do tempo manualmente, peça socorro para alguém da TI! Você pode estar perdendo a oportunidade de ser mais produtivo!
Se possui atividades em que se pergunte: "- Qual a necessidade de fazer todos esses passos?", corra ao auxílio do pessoal de Processos! Suas ideias podem ser incríveis e você nem sabe disso.
No seu dia a dia existem atividades que utilizam recursos de software de forma repetitivas? Pode ser um potencial de automação das atividades.
Nós temos o hábito vicioso de quando alguém pergunta "- Por qual motivo fazemos a atividade daquele jeito?", respondermos que é porque "sempre foi feito assim" ou "era feito assim antes de eu chegar". Isso tem que acabar dentro de você, jogue fora essas frases e nunca mais as fale, procure inverter o pensamento para questionar o "como" e a "razão" de tudo, olhe para as habilidades do futuro como inspiração para mudanças reais, pois não chegaremos nelas se continuarmos sempre aceitando e fazendo as mesmas coisas do mesmo jeito.
Quem não se adapta a mudanças, não pode evoluir.
Este artigo foi escrito por Vinícius Kilhian Cordeiro e publicado originalmente em Prensa.li.