Você se lembra da empresa de pagamentos online Revolut? Trata-se de uma fintech do Reino Unido que anunciou no começo de 2019 sua intenção de expandir as operações para o Brasil. Tanto que a essa altura já temos uma lista de espera para ser correntista da empresa, sendo necessário apenas acessar a página em inglês e aguardar um e-mail confirmando sua solicitação.
O anúncio da chegada da Revolut obviamente deixou muitos brasileiros ansiosos e deve acarretar em uma maior concorrência bancária, ameaçando organizações como Inter e Nubank, que no momento disputam a fidelidade dos clientes através de produtos e serviços financeiros pela internet. A preocupação de outros bancos digitais em relação a vinda da Revolut não é infundada.
A proposta da fintech europeia é oferecer aos clientes um aplicativo bancário que seja uma alternativa mais eficiente e econômica em relação aos modelos tradicionais de instituição financeira. Seu aplicativo também possui uma série de diferenciais como a criação de carteiras virtuais multimoeda, transferências internacionais, criptomoedas com taxas atraentes e saques sem custo no exterior.
Ontem (30/10) a organização deu um passo à frente da concorrência: anunciou uma parceria com a plataforma QuickBooks, uma ferramenta focada na gestão de fluxo de caixa e que oferece relatórios financeiros, suporte para várias contas bancárias e usuários.
Essa integração se faz extremamente relevante nesse momento de transformação digital, em que o modo como nos relacionamos e lidamos com o dinheiro já não é mais o mesmo. Tudo isso graças ao fator Open Banking.
Mas o que isso significa afinal?
A implantação do Open Banking representa um novo modelo de negócios, em que os bancos liberam suas APIs (Interface de Programação de Aplicações ou Application Programming Interface) com intuito de que outras empresas possam criar, por exemplo, aplicativos que agreguem valor ao negócio.
Com isso um aplicativo de controle de gastos poderia muito bem se conectar diretamente ao sistema do banco, capturando os gastos e rendimentos do usuário por meio das APIs bancárias que se tornaram públicas. E olhe só, é exatamente isso que vai ocorrer por meio dessa parceria.
Será possível fazer uma conexão direta e segura com uma conta de gerenciamento financeiro da QuickBooks por meio de APIs do Open Banking. Como resultado os correntistas terão em mãos rapidamente atualizações em tempo real de pagamentos, despesas e saldos em dinheiro.
A exposição de APIs por parte do Revolut e a integração do Open Banking a QuickBooks, na visão da fintech europeia, representa um compromisso desta com a democratização do acesso às contas comerciais, ou seja, uma grande ajuda para que pequenos e novos empreendedores consigam economizar tempo e dinheiro.
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Este artigo foi escrito por David Ruiz e publicado originalmente em Prensa.li.