Windows 11, quando devo atualizar?
Imagem: ThisIsEngineering no Pexels
Lançado oficialmente em outubro de 2021, os computadores começaram a receber a atualização gratuita da nova versão do mais conhecido e utilizado sistema operacional do mundo. Apesar de ser um novo software, a empresa não quis inovar no nome. Preferindo ser conservadora, ela manteve a base e continuou a sequência numérica: Windows 11.
A novidade já havia sido anunciada em julho do mesmo ano e, como a maioria dos lançamentos, criou uma grande expectativa no público. Parte dele esperava por coisas boas e inovadoras, e parte estava de olho para ver se não seria outro fiasco, como alguns de seus predecessores mais recentes.
Agora, quase seis meses após sua chegada ao mercado, é a hora da enxurrada de perguntas: está na hora de atualizar a sua máquina? Quais as vantagens? Quem pode atualizar? Compensa? O que há de novo? Preciso atualizar? Então, sem pressa, vamos analisar tudo isso bem de perto neste artigo. Confira!
Sou obrigado a atualizar?
Ninguém é obrigado, mas, com o tempo, das duas uma: teremos de escolher entre atualizar o sistema (se possível) ou aposentar a máquina. E a segunda opção pode ser antes que se imagina, já que a empresa pegou muita gente de surpresa com os pré-requisitos para instalar o seu novo programa.
Caso você faça o upgrade e se arrependa, saiba que há a possibilidade de fazer um downgrade para o Windows 10 pelo próprio sistema. Mas atenção, essa alternativa estará disponível apenas para instalações feitas a partir do próprio sistema, e não para formatação limpa (feita por pendrive). Também é preciso se atentar ao prazo, uma vez que essa opção fica disponível por apenas 10 dias; após esse período, ela é desabilitada automaticamente.
Quem pode atualizar para o Windows 11?
As exigências começaram de forma tranquila, com um processador dual-core, mínimo de 4GB de memória RAM, e pelo menos 64Gb de armazenamento interno. Entretanto, de repente apareceu uma tal “compatibilidade com TPM 2.0”. E, sim, esse último item é indispensável, ou seja, sem ele nada de sistema novo na sua máquina.
Outro detalhe importante: não é possível fazer o upgrade a partir de versões anteriores a de número 10, como as versões 7 e 8.1, que ainda podem ser encontradas em muitos computadores em funcionamento.
E o que é esse TPM 2.0?
Essa sigla vem de Trusted Platform Module e trata-se de um hardware. Isto é, um chip minúsculo conectado à placa mãe e cujas principais funções estão diretamente relacionadas à segurança. Normalmente, as placas mãe de fabricação anterior a 2017 não possuem esse módulo; por outro lado, nas que o têm, é preciso acessar as configurações da placa para ativá-lo, pois vem desabilitado por padrão. Então, pode ser que a placa mãe do seu computador tenha o hardware e seja necessário apenas habilitar a Plataforma Modular de Confiabilidade.
Segundo o próprio site da empresa, “a tecnologia TPM (Trusted Platform Module) foi projetada para fornecer funções relacionadas à segurança baseadas em hardware. Um chip TPM é um processador de criptografia seguro projetado para executar operações criptográficas. O chip inclui vários mecanismos de segurança física para torná-lo resistente a violações, e um software mal-intencionado não pode violar as funções de segurança do TPM.”
E se não tiver o TPM 2.0? Lamento, mas não será possível instalar o sistema, ao menos não de forma convencional. Mas se a sua máquina tem os requisitos, inclusive essa “nova” exigência, a instalação é fácil e gratuita.
Alguns computadores, na tela de configurações do sistema, já acusam a compatibilidade, ou a falta dela, para a instalação do Windows 11. Sendo compatível, oferecem um botão para iniciar o processo de atualização. Caso não apareça nenhuma mensagem, a fabricante oferece uma ferramenta para verificação dessa compatibilidade, o PC Health Check. Na página de suporte da Microsoft, você encontra as instruções de uso e a opção para download dessa ferramenta.
O que há de novo?
A maior diferença entre o 11 e o seu antecessor é inegavelmente a aparência. Segundo a fabricante, o foco do projeto está centrado no usuário, diferentemente do 10, que era centrado na sua assistente de voz, a Cortana. Já nessa nova versão, ela vem desabilitada de fábrica. Mas calma, se você gosta da Cortana, ela está instalada e é possível ativá-la, apesar de não ser uma tarefa fácil. Podemos até falar sobre isso outro dia.
A intenção da Microsoft com seu novo sistema operacional é gerar uma experiência aproximada a que o usuário tem com os smartphones, tanto no visual quanto na usabilidade do sistema, inclusive com integração aos sistemas Android.
Essa utilidade permitirá acessar as aplicações do smartphone na tela do computador, evitando que o usuário fique dividido entre as telas dos dois aparelhos. Contudo, ainda está em fase de teste pelos usuários do programa Windows Insider da Microsoft desde janeiro, e ainda sem data de liberação ao público.
Essa pode ser a grande vantagem dessa versão, mas mesmo assim ainda há um porém. O Android é da Google, e os App's de interação estarão disponíveis através da Amazon AppStore, o que significa ter de criar mais uma conta, caso o usuário já não a tenha.
A interação com os comandos de áudio e brilho lembra muito os do Android, principalmente se a tela do PC ou notebook for touchscreen. E por falar na tela, agora o sistema oferece várias opções para dividir a área de trabalho, podendo segmentá-la em mais janelas simultâneas. O calendário também foi todo repaginado, assim como o painel de notificações, o que o deixou mais amigável.
Sua barra de tarefas agora é centralizada, mas, de forma simples, pode ser alterada para o modo clássico à esquerda. A outra grande mudança está no menu “iniciar”, no qual a barra lateral de programas segue em ordem alfabética e, caso não encontre o que procura, basta clicar em “todos os programas”.
Vantagens ou desvantagens?
Apesar de muito bonito, o novo sistema não é melhor em desempenho, tendo empatado tecnicamente com seu antecessor nos testes rodando jogos. O que é um grande balde d’água fria para quem busca performance.
Além dessa decepção, a versão gera uma sensação de algo inacabado ao acessar as configurações do sistema. Se precisar desinstalar um programa, quem aparece para salvar o dia? Ele, o nosso bom e velho painel de controle. E com ícones antigos, o que dá uma aparência de reaproveitamento. É nítido que não foi mexido a fundo, o que significa que ainda está sendo desenvolvido e ainda há muito o que fazer.
Um grande acerto da marca na nova aplicação é o espaço dado ao Microsoft Teams, que ganhou muita relevância devido ao momento em que vivemos. A aplicação despontou, sendo muito usada no meio profissional para chamadas e reuniões de vídeo. No 11, ele ganhou um ícone na barra de tarefas, que com um clique mostra os contatos, deixando o acesso facilitado e diminuindo o número de cliques para iniciar uma conversa.
As demais novidades citadas são interessantes, como a nova forma de dividir a área de trabalho, o que pode, sim, gerar algum ganho. Entretanto, a principal inovação, a interação com sistemas Android, ainda é apenas promessa e sem data para ser cumprida.
Está na hora de atualizar a sua máquina?
Hora do veredito, que é o seguinte: depende de em qual computador pretende fazer o upgrade! Caso você trabalhe na máquina, a princípio não é recomendável, pois, querendo ou não, é um sistema novo, e o usuário precisará de algum tempo para se familiarizar com ele. Assim, o rendimento provavelmente cairá nos primeiros dias ou até que se adapte.
Como vimos, o desempenho da máquina não teve melhora significativa, portanto a mudança imediata seria apenas a estética, já que as grandes novidades ainda não estão disponíveis para fazer valer a pena.
Em um cenário diferente, com uma máquina que tem pouca demanda ou uma máquina extra, é interessante atualizar o sistema, a fim de que haja um mínimo de experiência na navegação quando ele estiver fluido.
Entretanto, para que a pressa? O suporte ao Windows 10 está garantido até o ano de 2025, totalizando 10 anos, mas a probabilidade de prorrogação desse prazo é enorme, visto o que ocorreu com os antepassados Windows XP e 7. Desse último, empresas ainda recebem assistência, que está prevista para terminar em 2023, completando 13 anos, assim como o lendário XP.
Seja qual for a escolha, atualizações devem ser feitas de forma gradativa, nunca atualizando todos os computadores de uma só vez, pois quanto mais novo o sistema, maiores as chances de bugs e falhas. Portanto, esperar um pouco não é má ideia, já que o Windows 11, olhando tecnicamente, ainda está longe do seu auge. Mas ele promete, e muito, melhorar a navegação do usuário, seja profissional ou pessoal.
Este artigo foi escrito por Reinaldo Coelho e publicado originalmente em Prensa.li.