No entanto, isso aqui não é uma cartilha, não é um guia para ser seguido à risca. É tão somente um conjunto de considerações ou reflexões para se fazer.
A partir desse ponto, tenha em mente que se trata do SEU projeto, que atenderá SEUS objetivos de negócios, de acordo com a SUA realidade.
Toda e qualquer ferramenta a ser adotada deve considerar isso.
É, em primeiro lugar, sobre pessoas
Muitos projetos falham por desconsiderar esse componente que é, de longe, o mais importante. Sem diminuir a importância da tecnologia a ser adotada, se não houver o engajamento das pessoas e por melhor que seja essa tecnologia, seu projeto irá naufragar. Isso vale tanto para usuários internos (colaboradores) como para usuários externos (clientes).
Na medida do possível, promova fóruns de discussões, ouça-os, faça entrevistas e use e abuse da didática para apresentar o projeto e onde você quer chegar.
É muito mais do que tecnologia
Considere que você terá que lidar com processos, pessoas e tecnologia. Isso significa que conhecer o funcionamento da empresa é fundamental. Naturalmente que ter um mapeamento dos processos internos ajudará muito nisso, uma vez que é necessário ter o conhecimento dos sistemas (tecnologia) que dão suporte aos processos e quem os usa (pessoas).
A ferramenta a ser escolhida deverá ser flexível o suficiente para ajustar-se a esses componentes.
Tenha uma big picture das necessidades de negócios
Como dito anteriormente, trata-se de algo para atender sua empresa e nenhuma outra. Um exercício legal é tentar elaborar uma descrição breve, sucinta que resuma o seu projeto. Algo do tipo "Proporcionar uma Gestão Eficiente de Identidades e Acessos, que seja abrangente para todos os sistemas atuais e futuros, garantido as premissas de segurança praticadas e que tenha escalabilidade para o crescimento planejado".
A tecnologia vem depois. Pense no que é possível resolver sem ela
Parece estranho, mas muitas vezes é possível resolver uma série de problemas apenas mudando a forma como o processo é executado. Isso tem nome: melhoria de processos. Observe, tanto quanto possível, quais processos podem ser melhorados antes de serem automatizados ou integrados. Feito isso, aí sim, é o momento de inseri-lo na arquitetura de integração da ferramenta.
Engaje um patrocinador executivo forte
O ponto aqui é simples. Obtenha o apoio de alguém no alto escalão (no board) que comunique a toda a empresa e faça isso com força de "lei", expondo sobre qual é o objetivo a ser alcançado e quais os benefícios do projeto para os negócios.
Escolha uma liderança específica para esse projeto
Primeiramente considere que a liderança para um projeto de identidades nem sempre está na TI, nem sempre está em uma única pessoa.
Por sua importância estratégica, envolvendo áreas distintas, muitas vezes a liderança deverá atuar como agente facilitador e "de vendas" para conseguir o comprometimento interno. Eventualmente, considere formar um grupo multidisciplinar específico para esse fim.
Comunicação é importante, use-a
O objetivo é motivar as partes interessadas, fazendo com que se envolvam no uso da ferramenta (aquela que foi escolhida) e que tenham uma leitura positiva do projeto. Claro, como se trata de grupos diferentes envolvidos, procure meios de comunicação adequados a cada um deles. Estabeleça métricas e informe os resultados obtidos.
Comece pequeno e depois cresça
Isso significa planejar e entregar metas de curto prazo, que envolvam objetivos realísticos. Pequenas entregas, mas constantes são preferíveis a super entregas, cujo benefício (mesmo que verdadeiro) está lá adiante. Apresente, se houver, um plano de ação para médio e longo prazo.
Transforme-o num processo de melhoria contínua
Um Projeto de Identidades, como outros projetos de negócios, não chega ao fim. Calma que eu explico.
Quando ele alcança aquele ponto que, em tese, é a sua entrega final, vê-se que muita coisa mudou na empresa, no mercado, na tecnologia. Vê-se que pessoas, empregados e clientes, entraram e saíram, depois voltaram e saíram de novo. Vê-se que tudo é muito dinâmico.
Agora sim, agora é a prova de fogo da ferramenta escolhida, quando se observa que ela permite fazer rápidas mudanças para se adequar aos novos cenários, e que ela tenha agilidade, mantendo os custos menores possíveis para atender a empresa.
Obrigado por chegar até aqui. Espero que esse texto possa ajudá-lo. Se ao menos uma parte dele servir, alcancei meu objetivo.
Este artigo foi escrito por Oscar de Oliveira Junior e publicado originalmente em Prensa.li.