Você sabe quando é hora de parar?
Estamos mais conectados do que nunca — e mais esgotados também. A Prensa People dessa semana é um convite para pausar, se reconectar com o que realmente importa e repensar os hábitos digitais.
Vivemos conectados. A tecnologia nos ajuda a trabalhar, produzir, socializar e aprender — mas há um limite entre o uso saudável e o uso excessivo. O vício em tecnologia, embora muitas vezes subestimado, tem impactos diretos no bem-estar e na produtividade das pessoas, e leva a problemas como ansiedade e depressão.
O Brasil está em 4° lugar no ranking de vício em smartphones, atrás da China, Arábia Saudita e Malásia. Apesar disso, a Organização Mundial da Saúde e a Associação Americana de Psiquiatria não reconhecem oficialmente o vício em tecnologia como um transtorno distinto, o que torna o diagnóstico e o tratamento desafiadores.
No ambiente de trabalho, ansiedade, distrações constantes e burnout digital já não são raridades. O uso excessivo de dispositivos não parece, à primeira vista, um problema. Afinal, smartphones, notebooks e aplicativos são ferramentas indispensáveis — e é justamente aí que está o risco. A dependência tecnológica é mascarada por sua funcionalidade no dia a dia.
Sinais de alerta
De acordo com dados deste ano do We Are Social, brasileiros passam, em média, 9 horas e 13 minutos por dia online — número muito acima da média global.
Fatores como dificuldade em se desconectar, procrastinação constante, e necessidade de checar dispositivos a todo momento, mesmo fora do horário de trabalho, são alguns dos muitos sintomas de que o hábito está se tornando um vício e precisa de cuidados.
É importante enfatizar a discussão sobre o direito à desconexão e a necessidade de equilibrar o uso da tecnologia dentro e fora do ambiente de trabalho. Por exemplo, o Observatório Almedina publicou em junho de 2024 um artigo discutindo o dever do empregador de não contatar o trabalhador durante o período de descanso, exceto em situações de força maior.
Além disso, a Cisco abordou a importância de evitar a Síndrome de Burnout, destacando a necessidade de práticas que promovam o bem-estar dos funcionários em um ambiente cada vez mais digital, refletindo a crescente conscientização sobre a importância de políticas que promovam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Desconectar para reconectar
Mais da metade de dezembro já passou. O período de festas e recesso é uma oportunidade valiosa para pausar, desconectar e refletir sobre nossos hábitos de consumo e uso da tecnologia.
Pessoalmente, minha intenção é aproveitar este momento para me reconectar com atividades que realmente importam: passar tempo com minha família e amigos, colocar minhas leituras em dia, descansar a mente, praticar hobbies offline ou simplesmente estar presente no aqui e agora — fazer nada, sabe?
Pequenas mudanças, como estabelecer limites para o uso de dispositivos ou reservar momentos do dia para estar longe das telas, podem trazer impactos significativos para a saúde mental e o bem-estar. O equilíbrio é a chave — e o fim de ano pode ser o momento ideal para repensar essa relação e iniciar 2025 com hábitos mais saudáveis. Faz sentido para você?
A Prensa People fica por aqui. Até a próxima edição!