😎 Exposições imersivas e NFTs: tecnologia também pode ser arte?
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Em decorrência do desenvolvimento tecnológico, softwares de design, aplicativos de edição e plataformas de compartilhamento online permitem que qualquer pessoa com acesso a um computador ou smartphone possa criar e compartilhar processos e produções criativas. O mundo muda quando a tecnologia muda.
— Ainda nesta edição da Prensa Tech…
Co-criação: o que muda na arte com tecnologia?
NFTs: o que está em jogo?
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Código-criação: das exposições imersivas aos NFTs
Dos mais influentes pensadores sobre a era digital, Vilém Flusser foi um dos primeiros a perceber a importância das tecnologias de informação na sociedade que emergia na segunda metade do século XX. Sua morte prematura não permitiu que Flusser conhecesse alguns dos aparelhos de produção e circulação de imagens mais recentes, tais como os smartphones e NFTs. Entretanto, desde a recente influência dos algoritmos inteligentes na campanha presidencial norte-americana ao papel da internet nos levantes populares em diferentes países, muitos dos fenômenos que caracterizam a sociedade contemporânea estão virtualmente presentes nas análises do filósofo.
A arte digital começou a tomar forma nos anos 1950 e 1960, com artistas e cientistas experimentando computadores primitivos. Pioneiros como Ben Laposky, que criou as primeiras "ondas eletrônicas" com oscilações de computador, e Frieder Nake, que desenvolveu algoritmos para criar obras de arte, foram fundamentais. Com o avanço dos computadores, a arte algorítmica surgiu. Artistas como Vera Molnar e Manfred Mohr começaram a explorar as possibilidades de criar imagens geradas por computador usando algoritmos matemáticos.
Com a popularização dos computadores pessoais e o desenvolvimento de softwares gráficos, como o Adobe Photoshop (lançado em 1988), artistas tiveram novas ferramentas para criar e manipular imagens digitais. Os anos 1990 trouxeram uma explosão de arte computacional e interativa, impulsionada pelo crescimento da internet. Instalações interativas e arte baseada na web se tornaram populares, permitindo que os espectadores interagissem diretamente com as obras. Há um movimento crescente em direção a experiências de arte imersiva, onde o público não apenas observa, mas faz parte da obra, seja em instalações físicas ou virtuais.
A IA continua a evoluir como uma ferramenta de co-criação, desafiando conceitos tradicionais de autoria e criatividade. O uso de redes neurais para gerar imagens, sons e até literatura está moldando o futuro da arte digital. A arte generativa, onde sistemas autônomos (como algoritmos de IA) criam arte com intervenção mínima ou sem intervenção humana, se tornou um campo significativo. Artistas como Refik Anadol e Mario Klingemann são conhecidos por suas obras que exploram a criatividade das máquinas.
As tecnologias de VR e AR também têm um impacto significativo, permitindo experiências imersivas e interativas, como as obras de artistas como Laurie Anderson e Olafur Eliasson. Mais recentemente, o advento da tecnologia blockchain e NFTs (tokens não-fungíveis) criou novos mercados para a monetização do trabalho criativo e de conexão direta com o público, mas exigem uma avaliação cuidadosa dos riscos e desafios envolvidos.
O que está em jogo na digitalização da criação e o impacto do desenvolvimento tecnológico na arte?
Impacto Ambiental: A criação e transação de NFTs, especialmente na blockchain Ethereum, consomem uma quantidade significativa de energia, o que levanta preocupações ambientais. Esse impacto ocorre porque muitos NFTs utilizam mecanismos de consenso que exigem computação intensiva, como o Proof of Work (Prova de Trabalho).
Bolha de Mercado e Especulação: O mercado de NFTs também é criticado por sua volatilidade e especulação. Muitos NFTs são vendidos por preços altíssimos, gerando uma bolha especulativa onde o valor percebido pode estar muito além do valor intrínseco da obra. Isso levanta questões sobre sustentabilidade a longo prazo e sobre se os preços refletem a verdadeira apreciação da arte ou simplesmente uma moda passageira.
Questões de Direitos Autorais e Autenticidade: Embora os NFTs ofereçam uma nova maneira de garantir a autenticidade, ainda existem problemas com direitos autorais, já que qualquer pessoa pode criar um NFT de uma obra sem a permissão do artista original. Isso tem levado a disputas legais e preocupações sobre o verdadeiro controle dos direitos autorais no espaço digital.
Inclusão e Acessibilidade Digital: Embora os NFTs possam democratizar o mercado de arte em certo nível, o acesso a essa tecnologia ainda é limitado por questões de conhecimento técnico e barreiras financeiras, já que criar e negociar NFTs pode envolver taxas elevadas de transação (conhecidas como gas fees) e requer um entendimento básico de como funcionam as criptomoedas.
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UMA CURADORIA ESPECIAL DA REDAÇÃO PRENSA COM NOTÍCIAS SOBRE TECNOLOGIA, TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E INOVAÇÃO
Coletivo europeu une arte e tecnologia em nova exposição em SP
A DAN Galeria Contemporânea inaugura, neste sábado (31), a exposição Writing, painting, calculating, transcoding. O grupo LAb[au] explora a interseção entre arte conceitual, sistemática e concreta, utilizando materiais e técnicas contemporâneas para questionar a estética atual por meio de uma lógica algorítmica. A mostra reúne cerca de 26 obras estruturadas em torno de três noções principais: modos, sistemas e conceitos, que se manifestam em instalações, integrações arquitetônicas e objetos de arte.
🚦 Uso de inteligência artificial reduz trânsito e emissão de carbono: O projeto Green Light, desenvolvido pelo Google, utiliza inteligência artificial para otimizar o tráfego urbano e reduzir a emissão de CO2 em cidades ao redor do mundo. No Rio de Janeiro, por exemplo, a iniciativa já está presente em 28 cruzamentos, onde conseguiu reduzir o tempo de espera dos motoristas em mais de 22%. A tecnologia melhora a coordenação dos semáforos, diminuindo o "anda e para" dos veículos, o que contribui para uma menor liberação de gases poluentes.
💉 Médico publica livro sobre os limites éticos da inteligência artificial na área da saúde: obra é baseada na pesquisa de doutorado do autor, Daniel Dourado, médico, advogado e pesquisador no Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário (Cepedisa) da USP. “É totalmente diferente entrar no mercado de saúde e entrar no mercado de tecnologia”, afirma Dourado. “O estado tem obrigação de regular produtos que estão na saúde”.
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