O que você precisa saber sobre o G20?
Cúpula internacional debateu temas de interesse global no Brasil, confira nesta Prensa People!
Desenvolvimento sustentável, transições energéticas, combate à pobreza e promoção da paz mundial foram os pilares discutidos pelas lideranças econômicas do mundo no G20. Realizado pela primeira vez no Brasil, o encontro — que encerra hoje — tensionou propostas sobre temas de interesse global. Além da Cúpula com grupo de lideranças que reúne 85% do PIB global, o evento se estendeu ao G20 Social e o Aliança Global Festival, todos realizados entre o MAM e a Zona Portuária da cidade do Rio de Janeiro.
“Construindo um mundo justo e um planeta sustentável.”
— Lema de 2024 do G20.
A edição 2024 do G20 apresenta para o mundo o Brasil no epicentro de seu próprio soft power: entre a retórica e o pragmatismo, o país exerce um papel diplomático fundamental há muitas décadas.
Por que o Brasil e qual é o papel do país-lider no G20?
A presidência do G20 é anual e rotativa, cada líder deve organizar e definir os temas que serão discutidos. Em 2024, o combate à fome (Aliança Global contra a Fome e a Pobreza), o enfrentamento às mudanças climáticas e uma nova governança global foram as três prioridades pautadas pelo Brasil.
Diante da guerra, Brasil propõe reforma na governança global
O Brasil propôs na cúpula do G20 uma reforma na governança global, com foco na ampliação do Conselho de Segurança da ONU. Criado após a Segunda Guerra Mundial, o sistema atual é visto como desatualizado e pouco representativo. A proposta brasileira busca incluir mais países no Conselho, que hoje conta com cinco membros permanentes e dez rotativos, além de reforçar as interações com a Assembleia Geral da ONU. A iniciativa ocorre em um contexto de múltiplas crises internacionais, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, os recentes ataques de Israel a Gaza e ao Hezbollah no Líbano, e tensões em Taiwan e no Rio Nilo. No caso libanês, o Brasil tem desempenhado um papel humanitário, resgatando mais de 2 mil cidadãos brasileiros e seus familiares.
Apesar da diversidade de interesses entre os membros do G20, o Brasil aposta no diálogo como meio de solucionar crises. Ainda assim, o presidente Lula deixou claro que o conflito Rússia-Ucrânia não será abordado nesta reunião, devido à ausência de Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. No entanto, o compromisso assumido pelos ministros das Relações Exteriores do G20 em setembro, de ampliar o Conselho de Segurança e fortalecer o papel da Assembleia Geral da ONU, reforça a relevância da proposta brasileira. Como único órgão autorizado a permitir o uso da força militar, o Conselho de Segurança desempenha um papel central na manutenção da paz, mas sua reformulação é vista como essencial para refletir melhor as dinâmicas globais atuais.
Como o Brasil se posiciona na jornada de trabalho global?
O Brasil debate publicamente mudanças na escala de trabalho 6×1, modelo em que o trabalhador atua seis dias consecutivos e descansa um, que pode ser alterado após atingir o número mínimo de assinaturas para tramitação na Câmara dos Deputados. Atualmente, a legislação brasileira estabelece uma jornada máxima de 44 horas semanais.
A jornada de trabalho nos países do G20, grupo que reúne as principais economias globais, varia de 32 a 47 horas semanais, conforme dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Brasil, com uma média de 39 horas por semana, ocupa a 11ª posição, empatado com a Rússia e à frente de nações como Indonésia, México e China.
Agricultora lê Declaração Final do G20 Social, documento defende taxação dos super-ricos e enfatiza reforma na governança global
A agricultora e ativista Mazé Morais, líder da Marcha das Margaridas e representante da sociedade civil nacional no G20 Social, leu no último sábado (16) a Declaração Final do fórum. O documento reúne as principais propostas da sociedade civil desenvolvidas ao longo de 2024. Confira trecho final:
“Senhores e senhoras líderes do G20, é hora de assumirmos a responsabilidade de liderar uma transformação que seja efetivamente profunda e duradoura. Compromissos ambiciosos são essenciais para fortalecer as instituições internacionais, combater a fome e a desigualdade, mitigar os impactos das mudanças do clima e proteger nossos ecossistemas. Este é o momento de agir com determinação e solidariedade. Com vontade política e a institucionalização de instâncias como a Cúpula Social do G20, podemos, sim, construir uma agenda coletiva que honre o compromisso com a justiça social e com a paz global.
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2024.”
Com o fim da passagem dos líderes mundiais pela capital carioca nesta terça-feira (19), o Brasil passa o bastão da presidência para a África do Sul, a próxima sede da reunião global.
Essa foi a sua Prensa People da semana! Até semana que vem!