💎 Open Finance amplia opções de pagamento
Novo ambiente regulatório permite maior transparência, segurança e agilidade nas transações financeiras; empresas podem se tornar ITPs próprias ou utilizar soluções terceirizadas.
É quinta-feira, dia de Prensa Open! 💎
O número de instituições de pagamento em operação no Brasil saltou 12.700% em 8 anos, subindo de 1 em 2016 para 128 no 1º trimestre de 2024. Na edição de hoje da Prensa Open refletimos sobre a escolha entre soluções de pagamento no contexto do Open Finance: como escolher a melhor solução de pagamento para empresas, considerando fatores como confidencialidade de dados, flexibilidade de produto, lock-in com o provedor e concorrência?
No contexto do Open Finance, soluções de pagamento referem-se a ferramentas e plataformas que permitem a realização de transações financeiras de maneira aberta e integrada, utilizando as infraestruturas e dados disponíveis entre instituições financeiras. Com a implementação do Open Finance, as empresas podem acessar e compartilhar informações de clientes de maneira segura, desde que autorizado, para oferecer serviços financeiros personalizados, como pagamentos instantâneos e soluções de crédito.
O conceito de soluções de pagamento no Open Finance é construído sobre a ideia de integração e interoperabilidade entre diferentes instituições financeiras, incentivada pela regulação do Banco Central do Brasil. Isso permite que empresas, sejam bancos ou fintechs, conectem-se diretamente a uma rede mais ampla de provedores de serviços financeiros, oferecendo pagamentos inteligentes e otimizando a experiência do cliente. A inovação em torno do Open Finance visa reduzir barreiras para a entrada de novos participantes no mercado, possibilitando o surgimento de novos modelos de negócio que promovem eficiência e competitividade.
O Open Finance introduz a possibilidade de escolhas mais amplas no mercado de pagamentos, permitindo que empresas atuem como Instituições de Pagamento (ITP) — players diretamente responsáveis por processar pagamentos — ou que utilizem uma ITP terceirizada para facilitar essas operações. Esse ambiente regulatório e tecnológico visa oferecer mais transparência, segurança e agilidade nas transações.
“Pensando na escolha entre ser um player direto (regulado) e indireto (via ITP de terceiros), é importante ter em mente que as operações de Open Finance exigem consentimento dos usuários, e esse consentimento é dado à ITP regulada. Logo, na ausência de um modelo de portabilidade, escolher usar um terceiro implica em repassar esse consentimento para essa ITP. Com os pagamentos em parcelas e a possibilidade de estabelecer jornadas sem redirecionamento, esse aspecto torna-se ainda mais crítico, visto que a autorização de uma transação se dá para o par usuário-ITP e o token de autorização fica armazenado“, explica Juan Ferrés, economista e CEO da Teros, empresa especializada em automação inteligente de processos
Tornar-se uma Instituição de Pagamento (ITP) própria no Open Finance dá à empresa controle total sobre transações, dados e a experiência do cliente. Isso inclui gerenciar a segurança, a privacidade de dados e desenvolver soluções personalizadas.
As principais vantagens são a autonomia sobre os dados e a flexibilidade para inovar, especialmente em setores onde a confidencialidade é essencial. Porém, esse modelo exige enfrentar custos regulatórios, obter licença do Banco Central e ter uma infraestrutura adequada, além de conhecimento técnico e legal.
Praticidade versus controle
Optar por utilizar uma ITP terceirizada pode ser uma decisão prática e rápida para empresas que desejam entrar no Open Finance sem enfrentar a complexidade de se tornarem uma ITP própria. Essa escolha reduz o tempo de implementação e evita custos regulatórios iniciais, permitindo que a empresa se conecte rapidamente às redes de pagamento e soluções financeiras.
Ao terceirizar a função de ITP, sua empresa fica dependente de um provedor para realizar as transações, o que pode afetar o controle sobre os dados dos clientes. A ausência de controle direto sobre o consentimento de transações e a dependência do modelo de negócios do provedor podem criar situações de lock-in, dificultando a mudança para outro parceiro ou a evolução da sua estratégia de pagamentos.
Portanto, ao optar por uma ITP terceirizada, é fundamental avaliar o grau de flexibilidade oferecido pelo provedor, garantindo que ele possa se adaptar às necessidades do seu negócio no longo prazo e minimizar a exposição a riscos de concorrência e restrição de dados.
Como escolher a solução de pagamento ideal para o seu negócio?
A escolha entre uma ITP própria ou terceirizada deve ser feita com base em fatores estratégicos que vão além de custos iniciais. O primeiro passo é avaliar a importância dos dados dos seus clientes para o modelo de negócio. Se os dados são críticos e a personalização das soluções financeiras é uma prioridade, ser uma ITP própria pode ser a melhor opção.
Por outro lado, se a agilidade e a redução de custos imediatos são mais importantes para o seu negócio, utilizar uma ITP terceirizada pode ser uma solução eficiente. Nessa escolha, é crucial garantir que o provedor escolhido ofereça flexibilidade tecnológica e não amarre sua empresa a uma única solução, o que poderia restringir seu crescimento futuro.
Além disso, assegure-se de que o provedor não representa um competidor direto e que sua empresa possa manter o controle sobre a jornada do cliente, evitando que o provedor assuma um papel dominante na relação com seus clientes. Soluções de pagamento flexíveis devem permitir a conexão com diversas ITPs e oferecer liberdade de escolha, garantindo que sua empresa não fique presa a um único modelo de operação.
Em resumo, ao escolher a solução de pagamento no Open Finance, o equilíbrio entre controle, flexibilidade e escalabilidade será determinante para o sucesso da sua estratégia de pagamentos no longo prazo.
🌏 MUNDO OPEN
UMA CURADORIA ESPECIAL DA REDAÇÃO PRENSA COM NOTÍCIAS SOBRE TECNOLOGIA, TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E INOVAÇÃO
DM recebe autorização para criar instituição de pagamento com capital de R$ 195 milhões: A DM, que chegou a um acordo para ficar com a carteira da Credz em abril, obteve agora autorização do Banco Central para criar uma instituição de pagamento na modalidade emissor de instrumento pós-pago. O capital social é de R$ 195,2 milhões.
Wise obtém licença para atuar como Instituição de Pagamento no Brasil: A Wise informou que recebeu licença de Instituição de Pagamento (IP) do Banco Central do Brasil. A autorização concede à fintech conexão direta ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e ao Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI – infraestrutura que viabiliza o Pix), eliminando a necessidade de intermediários.
Banco Central comunica vazamento de dados de 53 mil chaves PIX da Qesh Instituição de Pagamento: O Banco Central (BC) comunicou nesta segunda-feira (30) que houve vazamento de dados cadastrais vinculados a 53.383 chaves PIX da "Qesh Instituição de Pagamento", entre 10 a 19 de setembro deste ano. Segundo a instituição, não foram expostos dados sensíveis, tais como senhas, informações de movimentações ou saldos financeiros em contas transacionais, ou quaisquer outras informações sob sigilo bancário.
Bullla recebe aprovação do BC para ser instituição de pagamento: A fintech de crédito e benefícios para funcionários de empresas também aguarda a licença de Sociedade de Crédito Direto (SCD). De acordo com o despacho, a Bullla poderá funcionar como emissor de moeda eletrônica e de instrumento de pagamento pós-pago. Isso significa, então, que a empresa terá a licença para oferecer contas de pagamento pré-pagas, assim como cartões de crédito.
A Prensa Open desta semana fica por aqui.